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Brasil O Programa Brasileiro de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear corre o risco de não atingir a meta de lançar ao mar seu primeiro submarino

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O Prosub está orçado em cerca de R$ 30 bilhões e já consumiu aproximadamente R$ 16 bilhões desde 2008, quando foi anunciado. (Foto: Divulgação)

 

O Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear), projeto mais estratégico da Marinha brasileira, corre o risco de não atingir a meta de lançar ao mar, no terceiro trimestre de 2018, seu primeiro submarino. O risco não vem do mar ou de um inimigo, e sim do contingenciamento orçamentário adotado pela equipe econômica. Para tentar cumprir o objetivo diante da escassez de recursos, a Marinha já fez um downgrade do projeto inicial e, nessa reta final, reduziu o ritmo de obras no estaleiro de manutenção, na base naval e no complexo radiológico. Agora, torce por uma nova liberação de recursos.

“Mesmo com esse contingenciamento que teve, de 30% até o dia de hoje, nós não estamos atrasados com pagamentos. Todos os compromissos foram quitados. Mas existem compromissos para o segundo semestre. Alguns deles, dependendo de (os recursos) serem descontingenciados ou não, serão cumpridos. Se não forem descontingenciados, alguns compromissos podem não ser quitados”,  reconheceu o coordenador-geral do Prosub, o almirante de esquadra Max Roffé Hirschfeld.

O Prosub está orçado em cerca de R$ 30 bilhões e já consumiu aproximadamente R$ 16 bilhões desde 2008, quando foi anunciado. Esse montante considera os pagamentos do financiamento internacional e as obras. O programa é feito em parceria com a França, que detém a tecnologia de propulsão nuclear para submarinos, e prevê a construção de quatro submarinos convencionais e um movido à energia nuclear.

Bloqueio

Este ano, o orçamento do Prosub era de aproximadamente R$ 2 bilhões e foi contingenciado em 32%, o que coloca em risco o cronograma de lançamento ao mar da primeira embarcação. Para a Marinha, o programa é estratégico principalmente por dois motivos: renovar sua frota de quatro submarinos ativos, mas já bastante desatualizados, e conquistar a tecnologia de construção de um submarino nuclear. Ao final do programa, hoje previsto para 2029, o Brasil entraria para um seleto grupo de países (Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia) que detêm essa capacidade e poderia se tornar um importante integrante nesse mercado restrito. Seria o único latino-americano com essa tecnologia em mãos.

Comandante da Marinha, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira disse que o contingenciamento “dificulta um pouco as coisas” no que se refere ao cronograma e que está fazendo tudo o que pode para concentrar os recursos na conclusão do submarino Riachuelo – o primeiro do programa. Segundo ele, se o corte for definitivo, como vem demonstrando a equipe econômica, a Marinha terá problemas. Leal Ferreira, porém, disse manter as esperanças de que haja uma nova liberação de recursos, apesar de não ter recebido qualquer sinalização do presidente Michel Temer a esse respeito.

“Ele não se comprometeu. Não há nenhum compromisso formal”, disse o comandante.

Com contingenciamentos anuais desde que foi lançado, o Prosub já passou por várias adaptações. Áreas como o estaleiro de manutenção e a base naval, que estão sendo edificadas no complexo em Itaguaí, no Rio, onde são construídos os submarinos e onde eles serão lançados ao mar, tiveram seu ritmo de construção reduzido desde 2015. Para garantir o cronograma de lançar ao mar o primeiro submarino convencional no ano que vem, a Marinha priorizou a conclusão do estaleiro de construção e do ship lift (o elevador de navios). Mesmo essas obras podem sofrer atrasos, dependendo do orçamento disponível para este e o próximo ano.

O comandante alerta, porém, para o risco de o Prosub naufragar e o País ter sua imagem associada a um fracasso.

“Assim como o sucesso vai representar uma nova perspectiva para o Brasil no cenário internacional em termos de respeito e credibilidade, o fracasso pode representar exatamente o oposto. Ou seja, o Brasil não conseguiu. Seja por qual for o motivo, e o mais claro são as dificuldades orçamentárias. Mas isso vai sempre ficar marcado como um fracasso”, disse Leal Bacellar.

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