Quinta-feira, 28 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O próprio partido de Bolsonaro pode travar a reforma da Previdência

Compartilhe esta notícia:

Debate sobre a existência do Senado precisa ser reaberto. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Na última quinta-feira (04), o comando do Partido Social Liberal (PSL) agiu com rapidez para evitar que uma “rebelião” de parte dos deputados do partido atrapalhasse a votação da reforma da Previdência na Comissão Especial: deputados da sigla na comissão que pretendiam contrariar o governo foram trocados, e o relatório acabou aprovado praticamente do jeito que estava.

Considerada uma vitória do ministro da Economia, Paulo Guedes, a aprovação resultou num recorde histórico da Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou naquele dia acima de 103 mil pontos. A reforma da Previdência é o principal desafio de Jair Bolsonaro (PSL) no começo do mandato. Aprovar a reforma na Câmara antes do recesso dos congressistas, em 17 de julho, é uma prova de força importante para o governo.

Embora seja uma medida impopular, mudar as regras das aposentadorias é fundamental para ajustar as contas públicas, segundo justifica o governo: a meta atual é economizar cerca de R$ 1 trilhão em dez anos. No governo federal, o rombo das contas da Previdência tem crescido rapidamente. A diferença entre arrecadação e gastos foi de R$ 266 bilhões em 2018, segundo o Ministério da Economia.

É aí que o PSL volta a atacar. Uma parte dos deputados do partido está disposta a trabalhar, no plenário da Câmara, para garantir regras mais brandas aos policiais e outras categorias da segurança pública – às quais vários dos próprios deputados do partido pertencem.

E isto gera mal estar em outras siglas: deputados de legendas de direita e de centro não estão dispostos a bancar sozinhos o desgaste de mexer nas regras de aposentadorias. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o tema é um dos com mais potencial para gerar polêmica durante a votação final do texto, no Plenário da Câmara.

Segundo Maia, a reforma deve começar a ser discutida no Plenário já nesta terça-feira (09). “No sábado, me reuni com líderes e deputados para começarmos os trabalhos de aprovar a reforma da Previdência na semana que vem. O Brasil não pode esperar”, escreveu Maia em sua conta no Twitter.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse que o partido está fechado em torno do texto básico da reforma. “A única coisa que a gente está em dúvida é em relação (às regras para a aposentadoria da) à polícia. E aí tem que avaliar o seguinte: esta é uma plataforma do Jair [Bolsonaro], é uma plataforma nossa (da época da campanha). Se o Jair foi eleito nessa plataforma, então a maioria do povo também vai aceitar numa boa”, disse ela.

Zambelli pondera ainda que a atividade dos policiais não é como outras. “Conforme esse policial envelhece, os reflexos dele diminuem, o vigor físico diminui. Quanto mais velho, mais arriscado para ele atuar na rua, diante de uma bandidagem que usa armamento cada vez mais pesado”, destacou.

Ao longo da semana passada, a bancada do PSL sentiu a pressão de diferentes categorias da segurança pública. Na votação da comissão especial, na quinta-feira, um grupo de policiais passou a gritar em coro “PSL traiu a polícia do Brasil”, depois que os representantes da sigla no colegiado votaram contra uma proposta de alteração da bancada do PSD. A emenda do partido de Gilberto Kassab criava uma idade de aposentadoria mais baixa para policiais federais, rodoviários, ferroviários e guardas municipais, entre outras categorias do serviço público.

O próprio Bolsonaro entrou em campo na quarta-feira (03) para tentar garantir um meio-termo para os policiais. Pelo texto atual da reforma, esses profissionais precisarão atingir a idade mínima de 55 anos antes de se aposentarem. O presidente da República atuou pessoalmente para costurar um acordo que permitisse aos policiais encerrar a carreira a partir dos 53 anos (homens) e 52 anos (mulheres), mas o acordo foi rejeitado pela categoria.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Brasil entra na mira de hackers e vira alvo de ciberataques do exterior
Reforma da Previdência: o avanço da proposta no plenário da Câmara dos Deputados, nesta semana, esbarra em uma série de entraves
https://www.osul.com.br/o-proprio-partido-de-bolsonaro-pode-travar-a-reforma-da-previdencia/ O próprio partido de Bolsonaro pode travar a reforma da Previdência 2019-07-07
Deixe seu comentário
Pode te interessar