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Brasil O PT e o MDB repassaram “0,1% das faturas” de propina na Usina de Belo Monte ao “Professor” Delfim Netto

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O ex-ministro está preso desde setembro de 2016. (Foto: Agência Brasil)

Em 20 de agosto de 2012, representantes das nove empreiteiras do Consórcio Construtor de Belo Monte foram informados por Flavio Barra, executivo da líder do grupo, a Andrade Gutierrez, que a propina acertada na obra para o PT e MDB, equivalente a 1% do valor recebido do contrato da usina – que será a maior hidrelétrica 100% brasileira, isso, quando estiver totalmente concluída -, deveria ter “0,1% das faturas” direcionadas ao “Professor Antonio Delfim Netto”, o principal conselheiro econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

É o que revela, em detalhes, depoimento inédito de delator da Odebrecht, que aparece na Operação Buena Fortuna, a 49ª fase da Operação Lava-Jato de Curitiba (PR), deflagrada na sexta-feira (9), que teve como alvo a suposta propina de R$ 15 milhões acertada para o ex-ministro do milagre econômico da ditadura, por intermédio de Antonio Palocci.

“PT e PMDB resolveram ceder 10% do valor que lhes cabia, isto é, 0,1% das faturas (0,05% de cada partido) para o Professor Delfim Netto”, conta Antonio Dahia Blando, ex-diretor-superintendente da área de energia da Construtura Norberto Odebrecht, em seu termo de delação 5, sobre Belo Monte.

Delator que ainda não havia aparecido na Lista de Fachin – divulgada em abril de 2017, quando foram tornadas públicas as primeiras delações dos 78 executivos da Odebrecht -, Blando narra a reunião de 20 de agosto de 2012 do conselho de empresas em que foram comunicados que parte da propina destinado ao PT e MDB iria para Delfim.

“Não sei dizer a razão pela qual os partidos PT e PMDB concederam 10% do que lhes cabia ao Professor Delfim Netto, mas soube pelo meu antecessor, Augusto Roque, posteriormente, que o Professor teria ajudado na formação do consórcio investidor.”

Palocci

O procurador Athayde Ribeiro Costa, do Ministério Público Federal, afirmou na sexta (9) que o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda/Governos Lula e Dilma) foi o “porta-voz” do repasse desses valores para o ex-ministro Delfim Netto.

Não é a primeira vez que o nome de Delfim Netto é citado na propina de Belo Monte. O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques Azevedo havia apontado a propina nas obras de Belo Monte em seu acordo de delação premiada fechado em 2015 – anterior ao da Odebrecht. Ele também apontou Vaccari como o recebedor dos dinheiro e citou ainda outros nomes do partido, como o do ex-ministro Ricardo Berzoini.

“Antonio Palocci, provavelmente em São Paulo, solicitou ao declarante o pagamento de R$ 15 milhões para Delfim Netto dedutível do 1% de propina a ser paga”, afirmo o presidente afastado da Andrade, em seu termo de delação sobre Belo Monte.

“A empresa atendeu essa determinação de Palocci, porém descontou o valor pago a Delfim do montante total solicitado aos partidos PMDB e PT, em partes iguais.”

O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado à Camargo Corrêa e também delator, relatou que a empresa pagou R$ 21 milhões em propina com PT e MDB no negócio de Belo Monte.

A narrativa do ex-executivo é coincidente com de Blando. Ele diz que durante reunião, em 2012, Flávio Barra, “informou que do valor de 1% da propina que deveria ser dividida entre as empresas, ao invés de ser 50% para o PT e 50% para o PMDB, seria na verdade 45% para cada, e 10% seria destinado a Delfim Netto”.

 

 

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