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Armando Burd O PT perdeu a classe média

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O Brasil, mais uma vez, deu exemplo ao mundo de eleição pacífica. (Foto: EBC)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A política também é feita de ciclos. O do PT cessou ontem com a derrota de Fernando Haddad. Desde a fundação no ABC paulista, em 1980, até vencer quatro eleições presidenciais consecutivas, o partido teve método e paciência. Angariou apoios não só do operariado, como de amplos setores da classe média. Mesmo com o mensalão e a Operação Lava-Jato, foi resistindo nas urnas. Equivocou-se, porém, ao não fazer autocrítica e insistir na condução da campanha a partir de uma cela em Curitiba. Negou a decisão judicial e acabou derrotado pelo excesso de confiança.

Vai começar a briga

Jair Bolsonaro, sem estar em um partido forte e sem tempo para propaganda eleitoral, foi o quem mais simbolizou o antipetismo. Por isso, desidratou as demais candidaturas no 1º turno.

O seu primeiro pronunciamento, às 20h de ontem, sinalizou para iniciativas fortes que atingirão o tamanho do setor público e os interesses de corporações. Trata-se de desafio imenso que os antecessores preferiram não enfrentar. O vencedor sabe que as medidas deverão ser tomadas nos seis primeiros meses de governo. Depois, tudo começa a enferrujar, como mostram experiências anteriores.

O erro do governador

José Ivo Sartori foi o único candidato, na campanha do 1º turno, a mostrar que tinha um projeto claro: a assinatura do Regime de Recuperação Fiscal para reter 11,3 bilhões de reais em caixa ao deixar de pagar a dívida com a União por três anos. No segundo turno, deveria ter feito a explanação sobre a destinação do dinheiro. Ao se omitir, deu a impressão de que o valor total poderia ser tragado com despesas obrigatórias, a começar pela folha de pagamento, diante do orçamento de 2019 que prevê déficit de 7,4 bilhões de reais. Ficaria muito pouco para investimentos. Com isso, seu balão deixou de inflar.

Opostos

Colaborou muito para a vitória de Eduardo Leite a sua posição mais ousada e afirmativa. Sartori oscilou entre o “está difícil” e “vamos ver”. Em um Estado que decretou há dois anos a situação de calamidade financeira, foi muito pouco.

Ascensão e queda

Abre-se espaço para João Dória e Eduardo Leite no cenário das lideranças nacionais do PSDB, após seis caciques entrarem em baixa: Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves, Antonio Anastasia, Beto Richa e Marconi Perillo.

Tolerância

Em eleições de outros países, tidos como civilizados, são comuns choques nas ruas, intervenções da Polícia, bombas, mortos e feridos. O Brasil deu ontem exemplo de convivência pacífica.

Contagem regressiva

Faltam dois meses e três dias para a posse do presidente da República e dos governadores, quando começará o embate entre o ideal e o real.

Medidas fortes

A história recente mostra que países saíram do abismo, usando alguns caminhos. Exemplos: violento choque fiscal e ajustamento recessivo.

Mudança dos ventos

No 2º turno da eleição de 2002, Lula obteve 61,2% dos votos e Serra ficou com 38,7%. Em 2006: Lula obteve 60,8% e Alckmin, 39,1%. Em 2010: Dilma obteve 55% e Serra 43,9%. Em 2014: Dilma obteve 51,6% e Aécio 48,3%. Ontem, Bolsonaro alcançou 55,1% e Haddad 44,8%.

Passo indispensável

Dois anos nos separam das eleições municipais de 2020. Tempo suficiente para que a população não entre mais na onda das notícias falsas, que os teóricos chamam de guerra da informação suja.

A história seria outra

A 29 de outubro de 1998, Leonel Brizola anunciou, no Rio de Janeiro, a proposta de formação de um partido unindo PDT, PT, PSB e PCdoB. Consolidado, teria bancada de 13 senadores e 109 deputados federais. Com PPS, PV e PMN, iria para 115 deputados. A ideia surgiu na convivência com Lula durante a campanha presidencial daquele ano.

Som da comemoração

São 22h30min. A impressão é de que o estoque está armazenado há bastante tempo e o foguetório não vai parar em alguns bairros de Porto Alegre.

Não perde tempo

Para o tradicional desfile pós-eleitoral, entra hoje na passarela a Academia Chama Que Vou. Vem toda com a fantasia denominada Interesseiros e o refrão do samba-enredo é “estamos aí, estamos aí”.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/o-pt-perdeu-a-classe-media/ O PT perdeu a classe média 2018-10-29
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