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Ciência Veja o que seria feito com cadáver de astronauta que morresse no espaço

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O corpo humano foi feito para sobreviver sob o peso da atmosfera da Terra. (Foto: Nasa/Divulgação)

Até então, pessoas morrendo no ambiente espacial ainda é algo que somente vemos em roteiros de ficção científica. Na verdade, temos o “causo” da Soyuz 11 e os únicos três astronautas que já morreram tecnicamente no ambiente espacial, mas suas mortes só foram descobertas quando a nave que levava o trio voltou à Terra. Já em um cenário hipotético em que uma pessoa morresse no espaço propriamente dito, fica a questão: o que seria feito com esse cadáver?

Caitlin Doughty, uma agente funerária norte-americana e autora de best sellers sobre o assunto, acaba de lançar seu novo livro, “Will my cat eat my eyeballs?” e criou também uma web série chamada Ask a Mortician (“pergunte a um agente funerário”, traduzindo literalmente). E ela dá seu ponto de vista, enquanto uma verdadeira especialista em assuntos fúnebres, sobre o assunto da morte espacial.

Primeiro, como seria morrer no espaço?

“Antes de falarmos sobre o que seria feito com um cadáver espacial, vamos mostrar o que suspeitamos que poderia acontecer se a morte ocorresse em um local sem gravidade e sem pressão atmosférica”, ela começou a reflexão ao exemplificar uma astronauta apelidada de Dra. Lisa, que estaria do lado de fora da ISS (Estação Espacial Internacional) quando seu traje espacial teria sido atingido por um pequeno meteorito, abrindo um perigoso buraco ali.

Logo de cara, a especialista diz que “ao contrário do que você pode ter visto ou lido em ficções científicas, os olhos de Lisa não sairiam do crânio até que ela finalmente se despedaçasse em uma explosão de sangue e gelo”. Doughty diz que Lisa, nesta situação, precisaria agir rapidamente assim que seu traje fosse violado buscando algum meio de sobreviver, pois ela perderia a consciência em um curto período de nove a onze segundos, apenas.

Esses mais ou menos 10 segundos seriam todo o tempo que a astronauta teria para retornar a um ambiente pressurizado, mas, ainda assim, uma descompressão tão rápida acabaria a colocando em um estado de choque. “A morte chegaria antes que ela soubesse o que está acontecendo”.

O corpo humano foi feito para sobreviver sob o peso da atmosfera da Terra (a pressão atmosférica) e, a partir do momento em que uma pessoa se encontrasse fora dessa pressão de 1 bar, os gases em seu corpo começariam a se expandir, com os líquidos se transformando em gás.

Então a água de seus músculos seria transformada em vapor, que se acumularia sob a pele, distendendo as áreas do corpo para duas vezes o seu tamanho normal. Ainda, “a falta de pressão faria com que o nitrogênio em seu sangue formasse bolhas de gás, causando uma enorme dor, semelhante à que mergulhadores em águas profundas podem experimentar”, garantiu a expert. Tudo isso seria sentido durante os mais ou menos 10 segundos em que Lisa ainda estaria consciente, com o alívio chegando na forma de perda de consciência enquanto o processo continuaria acontecendo em seu corpo.

Já depois de um minuto e meio, “a frequência cardíaca e a pressão arterial de Lisa cairiam, até o ponto em que seu sangue começaria a ferver, e a pressão dentro e fora de seus pulmões seria tão diferente que seus pulmões seriam rasgados”, Doughty continua. Sem uma ajuda imediata, Lisa seria asfixiada rapidamente, e então teríamos um cadáver espacial com o qual lidar de alguma forma.

E agora, o que fazer com o corpo?

Dificilmente agências espaciais como a Nasa, a agência espacial americana, nunca elaboraram um protocolo para saber como lidar com o advento de um cadáver espacial, mas essas documentações não são publicamente conhecidas. Então a gente fica aqui “viajando” e questionando: O que seria feito com o corpo? Ele deveria voltar à Terra? Seria o caso de fazer um “funeral espacial”? A agente funerária tem respostas para os dois cenários.

No caso de trazer de volta o cadáver para o planeta, ela explica que “a decomposição pode ser desacelerada em baixas temperaturas e, por isso, Lisa precisaria ser mantida o mais fria possível”. Na ISS, existe um compartimento gelado onde os astronautas armazenam coisas como lixo e restos de alimentos, pois as baixas temperaturas freiam a ação de bactérias, o que diminui então a podridão dos orgânicos e ajuda a manter a estação com um cheiro mais agradável.

E esse mesmo compartimento mais frio da estação poderia servir para guardar o corpo da astronauta falecida até que uma nave fosse enviada para lá a fim de fazer a coleta. “Manter uma heroína espacial ao lado do lixo não seria a melhor jogada de relações públicas, mas a estação tem espaço limitado, e a área do lixo já possui um sistema de refrigeração; por isso faz sentido logístico colocá-la lá”, explicou Doughty.

 

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https://www.osul.com.br/o-que-seria-feito-com-o-cadaver-de-um-astronauta-que-morresse-no-espaco/ Veja o que seria feito com cadáver de astronauta que morresse no espaço 2019-10-06
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