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Colunistas O rapto de Perséfone

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Amanhã o inverno se despede e dá passagem à primavera. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Viva! Amanhã o inverno se despede e dá passagem à primavera. A natureza se renova. Ganha colorido. Flores explodem e transformam em jardim até o matinho sem graça. As pessoas escolhem roupas leves e claras. É a festa cuja origem a mitologia grega relaciona ao rapto de Perséfone.

Foi assim

Perséfone encantava a todos por sua alegria e beleza. Era filha de Zeus, o deus dos deuses, e de Deméter, a deusa da agricultura. Um dia, ela veio à Terra dar uma voltinha. Hades, o senhor do mundo subterrâneo, a viu. Apaixonou-se na hora. Então, sem mais nem menos, o chão se abriu e engoliu a garota. Antes de desaparecer, ela soltou um grito desesperado. A mãe ouviu.

Deméter procurou a filha durante nove dias e nove noites. Não a encontrou. Inconformada, consultou Hélio, o sol, que tudo vê e nada esconde. Ele sentiu muita pena da mãe. Falou-lhe do rapto. Ela se indignou. Disse que não voltaria ao Olimpo sem a filha.

Acordo

A deusa da agricultura deixou de cumprir os deveres. Não alimentava a Terra. Faltou comida. Os homens passaram fome. Hermes, mensageiro de Zeus, prometeu trazer Perséfone de volta. Com uma condição: que ela não tivesse provado o alimento dos mortos. A moça retornou. Mas ficou pouco tempo. Ela havia comido três sementes de romã. Hades a levou de volta.

Zeus, então, arranjou uma saída. Todos os anos, Perséfone fica com a mãe durante nove meses. A Terra festeja com a primavera, o verão e o outono. Nos outros três, fica com o marido. Nesse período, a Terra se cobre de gelo. Os grãos não crescem. É o inverno.

Verão e inverno

Naqueles tempos idos e vividos, só havia duas estações. Uma: veris, que, em latim, quer dizer bom tempo. Dela se originou a palavra verão. A outra: hiems, que significa mau tempo. Era tempus hibermus, tempo de hibernar. Daí inverno.

Divisão

Vamos combinar? Nove meses são 270 dias. A natureza, inquieta, muda ao longo de tão longo período. No começo do bom tempo, que vem logo depois do inverno, temos a primavera. Eis a razão por que primavera se chama primavera. O nome vem de primo vere — o primeiro verão.

Depois? A paisagem muda. A claridade se prolonga. O calor aumenta. É o veranum tempus — nosso verão. Por fim, vem autumus, referência aos meses de colheita, que lembra crescimento e produção. Com o passar dos anos, a estação foi associada ao ocaso. É por isso que se fala em outono da vida.

Ocaso

Ocaso quer dizer pôr do sol. Na origem, significa queda, declínio, ruína, fim. No outono, o frio se anuncia, as folhas caem, o sol do verão se esconde. Adeus, tempo bom.

Estações da vida

A natureza inspira as pessoas. Muitas dividem a vida em estações. São quatro. A infância é a primavera. O verão, a adolescência. O outono, a maturidade. O inverno, a velhice.

Sofisticação

Flores enfeitam a primavera. Há ofertas pra dar, vender e emprestar. Tamanho, cor e formas variam. O número também. O diminutivo de flor é florzinha. O plural? É florezinhas. Reparou na manha? São três etapas. Uma: pôr o nome no plural. A outra: apagar o s. A última: acrescentar o sufixo –zinhos ou -zinhas. Assim:

flor — flore(s) — florezinhas.

cor — core(s) — corezinhas

dor — dore(s) — dorezinhas

mulher — mulhere(s) — mulherezinhas

colher — colhere(s) — colherezinhas

professor — professore(s) — professorezinhos

papel — papéi(s) — papeizinhos

homem — homen(s) — homenzinhos

botão — botõe(s) — botõezinhos

animal — animai(s) — animaizinhos

pão — pãe(s) — pãezinhos

Leitor pergunta

Cara a cara ou cara à cara?

Leila Guimarães, Brasília

Guarde isto, Leila: em expressões com palavras repetidas, o acentinho não tem vez. É o caso de cara a cara, gota a gota, ponta a ponta, frente a frente.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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