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Brasil O saque do FGTS de 500 reais cobriria apenas 15% da dívida média dos brasileiros

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Inadimplente deve, em média, R$ 3.250. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O governo planeja anunciar nesta quarta-feira (24) a liberação de saques em contas ativas e inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o valor disponibilizado deve ser limitado em R$ 500.

Como o valor liberado pelo governo é apenas 15% da dívida média, a quantia provavelmente será usada para consumo, apontam economistas.

“As pessoas interpretam isso como algo que veio do nada e gastam sem peso na consciência. Mas esse dinheiro não caiu do céu, é um dinheiro do seu bolso, que no futuro você teria”, afirma José Vignoli, educador financeiro do SPC.

A aposta do governo com a medida é estimular o consumo das famílias.

“Essa notícia, que era para ser positiva, acaba sendo negativa, pela frustração quanto ao montante liberado. Não é esse dinheiro que vai mudar a situação financeira das famílias”, afirma Thiago Xavier, economista da consultoria Tendências.

“Talvez seja um alívio, a depender das condições de saque, mas talvez nem chegue a ser um voo de galinha.”

A quantia é menor do que o especulado anteriormente, com saques que iriam até R$ 3.000, número próximo à média de endividamento do brasileiro.

Segundo dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) de junho, o inadimplente deve, em média, R$ 3.252,70. A maior parte dos atrasos se concentra em contas de água e luz.

Até abril deste ano, cerca de 41% da população adulta, 62,6 milhões de brasileiros, estavam no vermelho.

Vale lembrar que apenas metade desta população têm carteira assinada. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de maio, 32,1 milhões de brasileiros têm carteira assinada.

Em 2017, a liberação do FGTS injetou R$ 44 bilhões na economia e fez o PIB (Produto Interno Bruto) crescer cerca de 0,7 ponto percentual.

“Em 2017, como a maior parte dos saques era de até R$ 1.500, houve um momento imediato de limpeza, com a diminuição no endividamento da família. Mas foi algo momentâneo, que corre o risco de acontecer o mesmo agora”, diz Vignolli.

Naquele ano, o número de devedores e o número de dívidas tiveram quedas acentuadas nos períodos de saque do FGTS, de março a julho, e nos meses sequentes. A inadimplência voltou a crescer em abril de 2018.

Segundo o educador financeiro, mesmo com a quantia de R$ 500, a primeira opção deve ser quitar dívidas. Não apenas pagar parcelas atrasadas, mas negociar o total devido e tentar saldar de uma vez esta pendência.

Devem ser priorizadas as dívidas com os maiores juros. Caso não seja possível abater as que crescem mais rápido de uma vez com o FGTS, déficits menores, mas que podem ser pagos de uma vez, têm prioridade.

“É muito importante negociar contas em atraso para pagar o mínimo possível, não apenas chegar e pagar”, afirma Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão de (Financeira da Fundação Getúlio Vargas).

Depois, se há algum financiamento, Teixeira recomenda pagar as próximas parcelas com desconto, se ele for vantajoso. Caso o valor da parcela aplicado renda mais do que a dedução obtida, a antecipação não é benéfica.

Caso não haja parcelas em aberto, deve se considerar um fundo para emergências. Ou seja, aplicar esta quantia em renda fixa que possa ser resgatada a qualquer momento, como poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário) e fundos DI.

Apenas com todas as alternativas acima cobertas, o consumo passa a ser uma opção, dizem economistas.

“O ideal seria que as pessoas não gastassem o FGTS. Muitos acham que é um dinheiro que o governo está dando, mas na verdade é apenas uma antecipação de um dinheiro da aposentadoria, do financiamento da casa própria”, afirma Juliana Inhasz, coordenadora da graduação em economia do Insper.

Segundo ela, o recomendado é aplicar em títulos públicos ou fundos de investimento de baixo risco.

“Na opção pela renda variável, há chance de perder esse dinheiro. É preciso ponderar se é uma quantia que se está disposto a perder.”

Em caso de consumo, a professora recomenda gastar apenas com itens necessários e comprar apenas à vista.

“As pessoas não devem achar que é um dinheiro que vem de graça e gastar com o que não precisa”, diz Juliana.​

Outro consumo recomendado é o investimento em um bem que pode gerar menos despesas. Como a compra de um eletrodoméstico mais moderno que gaste menos energia e deixe a conta de luz mais barata.

 

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