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Brasil O Senado rejeitou a proposta de um cidadão brasileiro que faria do funk um crime contra a saúde pública

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O debate foi motivado por uma Ideia Legislativa apresentada por um cidadão. (Foto: Reprodução)

A CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa) do Senado votou pela rejeição da SUG (sugestão legislativa) 17/2017, que tinha como objetivo tornar o funk um crime à saúde pública de crianças, adolescentes e à família. A matéria deixou, então, de tramitar no Senado Federal.

Segundo o Regimento Interno do Senado, cabe à CDH fazer a análise de propostas que recebem mais de 20 mil apoios de cidadãos por meio do Portal e-Cidadania, como ocorreu com a sugestão 17/2017. O debate foi motivado por uma Ideia Legislativa apresentada ao Portal e-Cidadania do Senado pelo cidadão Marcelo Alonso, do Rio de Janeiro. As informações são da Agência Senado.

Inconstitucional

O relator da proposta foi Romário (Pode-RJ), que alegou que a matéria é inconstitucional por cercear a livre manifestação cultural e de pensamento (art. 5º, da Constituição Federal).

Mas ele ainda criticou o projeto em seu mérito, lembrando dentre outras razões que gêneros musicais hoje consagrados como o samba e o jazz também sofreram tentativas de criminalização em seus inícios.

Romário ainda vê como errado ligar o funk diretamente a práticas de crimes como estupros ou assaltos, como alegavam os defensores da proposta quando de sua apresentação.

“Infelizmente a prática de crimes ocorre nos mais diversos ambientes da sociedade brasileira, inclusive nos bailes funk. Para isso, já existem aparatos de repressão e judiciais que devem cumprir seu dever. E estes bailes também são uma alternativa de diversão para milhões de jovens em nosso país, e nas áreas mais carentes, é muitas vezes a única” afirmou o senador, chamando atenção ainda para o caráter de manifestação artística e cultural que o funk possui para estes jovens.

O senador finalizou defendendo que a História já deu “provas inúmeras” da inutilidade de se coibir a cultura popular, “que sempre encontra uma maneira de expressar-se”.

O relatório do senador fluminense foi elogiado pela presidente da CDH, Regina Sousa (PT-PI), para quem a audiência realizada sobre o projeto (no dia 13) foi uma das melhores que a comissão já fez.

“Uma pena que os defensores da criminalização do funk tenham se recusado a vir, espero que tenham visto pela TV o show de consciência social que a juventude funkeira nos deu aqui”, disse.

O vice-presidente da CDH, Paulo Paim (PT-RS), ainda lembrou que se fosse pra proibir todos os eventos onde ocorrem violências e abusos, “então todo o carnaval teria que ser cancelado no Brasil”.

Ofensa

No último dia 13, a proposta de criminalização do funk já havia sido unanimemente condenada por convidados e senadores, durante audiência pública realizada pela CDH. A medida chegou a ser apontada como uma ofensa às liberdades individuais, assim como um ato de discriminação contra a juventude que aprecia a cultura do funk, boa parte jovens de periferia e favelas que encontram no ritmo formas de expressão e identidade.

Apesar de convidado, Marcelo Alonso, o autor da ideia legislativa, não veio para a audiência. Para Romário, faltou “coragem” ao autor para defender claramente a proposta.

 

tags: Saúde

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