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Por Redação O Sul | 23 de abril de 2017
Desde 2000, o BND (Serviço Federal alemão de Informações, na sigla em alemão) espionou a sede da agência da Interpol (a polícia internacional) em Lyon, na França, assim como seus escritórios nacionais em dezenas de países, inclusive Estados Unidos, Áustria, Dinamarca e Grécia, noticiou no sábado (22) a revista de notícias alemã Der Spiegel.
Citando documentos a que teve acesso, o veículo afirma que a espionagem se estendeu por diversos anos, com o BND incluindo os endereços de e-mail e números de telefone e fax dos investigadores policiais em sua lista de monitoramento. Um total de 190 países – praticamente todas as nações do mundo – integra a Interpol.
A agência secreta alemã também teria desviado dados da Europol (o serviço europeu de polícia), sediado em Haia, Holanda. Nem o Serviço de Informações alemão, nem as duas agências de polícia supostamente vítimas de espionagem se manifestaram sobre as acusações.
Em fevereiro, o Spiegel já denunciara o BND por ter vigiado, a partir de 1999, diversas organizações de imprensa, entre os quais a BBC, The New York Times e a agência de notícias Reuters, igualmente grampeando seus telefones, faxes e e-mails.
Ironicamente, as operações duvidosas do BND vieram à tona no contexto de um inquérito do Parlamento alemão sobre alegações de espionagem por parte dos EUA. Como está comprovado, durante anos a Agência de Segurança Nacional norte-americana realizou vigilância em massa fora do país, monitorando até mesmo o telefone celular da chefe de governo alemã, Angela Merkel.