Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2019
O volume de serviços no País encerrou 2018 com queda de 0,1%, sendo o quarto resultado negativo seguido. O valor, porém, menos intenso que nos anos anteriores. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que registrou -3,6% em 2015, -5% em 2016 e -2,8% em 2017.
Com queda de 1,9%, o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares puxou a queda do índice no ano. As atividades que mais influenciaram a retração desse segmento são relacionadas a serviços de cobrança e informações cadastrais, soluções de pagamentos eletrônicos, engenharia e segurança privada.
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, é característica desse setor a prestação de serviços a outras empresas, e seu peso no acumulado negativo “tem a ver com o momento desfavorável da economia como um todo, já que em uma contenção de gastos as empresas costumam dispensar esse tipo de serviço”. Outra atividade com taxa negativa foi a de serviços de informação e comunicação, com -0,5%.
Os destaques positivos foram para outros serviços, com 1,9%, e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com 1,2%. Lobo explica que a alta deste último segmento já vinha refletindo, desde outubro, a recuperação frente a greve dos caminhoneiros em 2018, “impulsionada, sobretudo, pelo avanço no volume de receitas de transporte rodoviário de carga, de gestão de portos e terminais, de transporte aéreo de passageiros e de operação de aeroportos”.
No resultado mensal, o volume de serviços teve alta de 0,2% entre novembro e dezembro do ano passado, e manteve o cenário de estabilidade, quando ficou em 0,1% em outubro e 0,5% em novembro. Em dezembro, a variação se mostrou 11,4% abaixo do ponto mais alto da série, que foi em janeiro de 2014.
Serviços caem em 23 das 27 unidades da federação no acumulado em 2018
No acumulado de janeiro a dezembro de 2018, frente a igual período do ano anterior, o decréscimo do volume de serviços no Brasil (-0,1%) se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que 23 das 27 unidades da federação também mostraram recuo na receita real de serviços.
O principal impacto negativo, em termos regionais, ocorreu no Rio de Janeiro (-3,2%). Cabe mencionar ainda os recuos vindos de Ceará (-7,1%), Bahia (-3,3%), Paraná (-1,7%) e Rio Grande do Sul (-1,7%). Por outro lado, São Paulo (2,1%) registrou a contribuição positiva mais relevante sobre índice nacional.
Na passagem de novembro para dezembro de 2018, 18 das 27 unidades da federação tiveram alta no volume dos serviços, na comparação com o mês imediatamente anterior, acompanhando a variação positiva (0,2%) observada no País.
Entre os locais que apontaram resultados positivos nesse mês, destaque para o Rio de Janeiro (1,6%) e para São Paulo (0,3%), com o primeiro recobrando parte da perda de 5,1% verificada entre setembro e novembro; e o último emplacando a quinta taxa positiva seguida, período em que acumulou ganho de 2,7%.
Em contrapartida, as principais influências negativas em termos regionais vieram de Mato Grosso (-9,7%), do Ceará (-6,3%) e da Bahia (-2,0%), com o primeiro sendo pressionado pelos recessos característicos dessa região no transporte rodoviário de carga; o segundo sendo impactado pelo segmento de seleção e agenciamento de mão-de-obra; e o último afetado por menores receitas vindas de telecomunicações e atividades de apoio à agricultura.