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Por Redação O Sul | 14 de junho de 2018
O técnico da Suíça, Vladimir Petkovic, mantém o mistério em relação à escalação que pretende colocar em campo contra o Brasil, neste domingo, quando as duas equipes estreiam no Mundial. Em entrevista ao jornal “Neuen Zeitung”, de Zurique, ele declarou que só passará aos seus comandados todos os detalhes sobre o adversário na véspera do jogo.
“Assim como acontece com Cristiano Ronaldo, se Neymar não receber a bola não vai conseguir fazer nada. Por enquanto, esse é o ponto mais importante”, argumentou o treinador e ex-meio-campo de 54 anos, nascido na hoje extinta Bósnia e que se naturalizou suíço. “Vai ser como sempre fiz.”
A comparação com o astro do Real Madrid é feita porque Portugal estava no mesmo grupo da Suíça nas Eliminatórias – as duas seleções ficaram empatadas em 27 pontos, mas pelo saldo de gols, o time lusitano ficou em primeiro e mandou para a repescagem a terra dos relógios, bancos e chocolates. Nessa última chance, acabou passando pela Irlanda da Norte e garantiu vaga no torneio.
Depois de bons resultados, o país ocupa a sexta colocação no ranking da Fifa (Federação Internacional de Futebol, na sigla em inglês) e, com uma boa preparação (no último teste, em casa, venceu o Japão por 2 a 0), chegará embalado à cidade-sede de Rostov. O desembarque está marcado para esta sexta-feira, antevéspera do confronto.
A concentração ocorre na cidade de Tolyatti, na região de Samara, conhecida como a “Suiça do rio Volga” – alusão reforçada pela presença de vários torcedores do país europeu que já estão no local, onde acompanharam alguns treinos do escrete.
Dentre os principais nomes da equipe estão o experiente zagueiro Lichtsteiner, o meia Shaqiri e o volante Gelson Fernandes, nascido em Cabo Verde e que fala português fluentemente. Além de Brasil e Suíça, fazem parte do Grupo “E” a Sérvia e Costa Rica.
Mudança
O discurso de Vladimir Petkovic contrasta, de certa forma, com as recentes declarações de atletas do selecionado suíço. Na quarta-feira, em entrevista coletiva, o volante Valon Behrani e o meia Remo Freuler haviam admitido que não havia um plano definido para impedir os avanços de Neymar.
“Você pensa em como pará-lo, assiste a uma série de vídeos, estuda jogadas, mas o fato é que não existe uma estratégia capaz de parar Neymar, porque ele é um dos três melhores do mundo, junto com Cristiano Ronaldo e Lionel Messi (Argentina)”, ressaltou Behrani, que atua pela Udinese da Itália. “Nós temos que torcer para que ele esteja em um dia ruim e a gente em um dia bom.”
“Ele é rápido, você não sabe onde ele estará, mas o time não é feito só dele. Depende de todo o time do Brasil e depende de nós mesmos também. Teremos que nos organizar fortemente na parte defensiva para fazer a vida dele diferente naquele dia, mas… Não tem como pará-lo”, finalizou.
Mais confiante, o meia Remo Freuler, da Atalanta, disse que é possível parar qualquer jogador. “Ele é um dos melhores do mundo, mas o time não é só ele”.