Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O tombo da inflação maior do que o esperado e o corte mais intenso dos juros podem colocar o motor da economia para funcionar

Compartilhe esta notícia:

A projeção consta no Boletim Focus, divulgado pelo BC. (Foto: Reprodução)

Surgiram duas surpresas de impacto entrelaçado: o tombo da inflação, maior do que o esperado; e a decisão do Banco Central de derrubar os juros em dose reforçada, maior do que aquela com que contavam os analistas do mercado. São fatos positivos que podem funcionar como o tranco a que se submete o motor da economia, afogado e sem bateria, para pegar de novo.

Como ficou reconhecido de forma inédita no comunicado divulgado após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a intenção não era tudo isso. Era reduzir o Selic (taxa básica de juros)  em apenas 0,50 ponto percentual ao ano, para, ao mesmo tempo, passar o sinal de que cortaria 0,75 ponto somente na reunião agendada para fevereiro. Mas o BC (Banco Central) mudou de ideia, aparentemente depois que conferiu o “processo de desinflação mais disseminado” e após ter verificado o tamanho do tombo do PIB (Produto Interno Bruto). A decisão foi de “antecipar o ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização”.

Desta vez, ao contrário do que vinha fazendo, o BC não deu nenhum aviso anterior de que mudaria a dose, mesmo tendo admitido semanas antes que a inflação está sob controle, em convergência para a meta, que as expectativas estão alinhadas e que a demanda está tão fraca como não se via há anos.

E de fato, a inflação de dezembro ficou alguns degraus abaixo das projeções com que vinha trabalhando a maioria dos analistas. Ficou nos 0,30%, o que perfez uma acumulada de 6,29% em 12 meses. Essa acumulada, abaixo do teto da meta (que é de 6,5% no ano-calendário), é fato positivo com que também ninguém contava. No fim de novembro, na reunião anterior do Copom, por exemplo, o próprio BC trabalhava com uma inflação, em 2016, de 6,6%.

Os analistas vão agora debater ardorosamente sobre os próximos passos. Seguirá o BC nesse ritmo mais agressivo ou tenderá a dosá-los mais?

Vai depender da reação da economia. Há três principais riscos de inflação, fatores que poderiam segurar as tesouradas: no alto grau de incerteza do cenário externo – e isso leva o nome de Donald Trump; no comportamento dos tais “componentes mais sensíveis da inflação”, que têm a ver com os preços administrados; e nos solavancos que vêm aí em torno do processo das reformas. Faltou dizer que risco tão grande quanto esses é o impacto que poderão produzir, na economia e na política, as tais denúncias premiadas do fim do mundo que deverão ser divulgadas em breve.

O tranco deve produzir efeitos, agora esperados, sobre a máquina. Mas é bom não contar demais com isso, porque a política de juros é apenas um instrumento da economia. Vai ser preciso saber mais: até que ponto o governo conseguirá equilibrar as contas públicas; se conseguirá ser bem-sucedido nos novos leilões e contratações de investimentos de infraestrutura; e até que ponto a confiança voltará na atividade econômica. (Celso Ming/AE)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O que seria do Brasil sem a agricultura?
Veja o que o ex-ministro Antonio Palocci pode revelar em sua delação premiada
https://www.osul.com.br/o-tombo-da-inflacao-maior-do-que-o-esperado-e-o-corte-mais-intenso-dos-juros-podem-colocar-o-motor-da-economia-para-funcionar/ O tombo da inflação maior do que o esperado e o corte mais intenso dos juros podem colocar o motor da economia para funcionar 2017-01-14
Deixe seu comentário
Pode te interessar