Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2018
O apartamento triplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Guarujá (SP) conta com um elevador privativo – e inoperante – na sala, ligando os três andares. O imóvel está em leilão por determinação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato em primeira instância.
Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pela acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter recebido propina da construtora OAS na cessão do triplex e de reformas feitas no apartamento. Desde 7 de abril, o líder petista cumpre a pena na Superintendência da PF (Polícia Federal), em Curitiba (PR).
Segundo laudo da avaliação judicial, o imóvel vale R$ 2,2 milhões. O cenário dentro dele, porém, é de degradação. Infiltrações marcam as paredes, inclusive ao redor do inoperante elevador instalado na sala, onde também há uma geladeira dúplex (na cozinha, há fogão e microondas).
Degraus da estreita escada estão lascados. Tábuas do píer que envolvem a piscina de águas turvas estão quebradas. Não há luz, nem água. A abertura de um registro deu início a um alagamento no segundo andar, obrigando seu fechamento.
Moro tomou a providência de vender o imóvel depois que a Justiça do Distrito Federal penhorou o triplex num processo de cobrança de dívidas da OAS. O juiz federal, que atribui o apartamento a Lula, suspendeu o procedimento.
De acordo com o laudo, “no primeiro pavimento há uma sala com varanda, cozinha e área de serviço, lavabo e uma suíte” que não existia na planta original, modificada “para a inclusão deste dormitório”.
No segundo pavimento “existem três quartos compactos”, sendo um deles suíte, “um banheiro e um hall de distribuição”. No terceiro pavimento há uma sala, churrasqueira e piscina. Coifa e armários desta área “apresentam sinais de desgaste e ferrugem”.
“O imóvel possui piso-frio em todos os cômodos e armários planejados nos quartos, cozinha, área de serviço, área externa e banheiros”, prossegue o documento.
Invasão
No último dia 16, em uma ação que consumiu menos de cinco minutos, cerca de 30 manifestantes invadiram o imóvel. O grupo, que permaneceu no local por mais de duas horas, faz parte do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), coordenado por Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL e um dos líderes sociais mais próximos de Lula.
“É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão. Se o triplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso”, declarou Boulos à imprensa na ocasião.