Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2018
As ruas do Turcomenistão passam por uma súbita e arbitrária transformação graças à decisão do governo de proibir mulheres de dirigir e só permitir o tráfego de carros com cores branca – a favorita do presidente do país, Gurbanguly Berdimuhammedow – e prateada.
Ainda que as proibições não tenham sido anunciadas oficialmente – algo com o qual os turcomenos já estão acostumados – vários veículos de imprensa de ativistas opositores radicados fora do país divulgaram a nova polêmica de Berdimuhammedow, conhecido por tomar medidas extravagantes.
A campanha contra as mulheres ao volante começou em meados de dezembro de 2017 com advertências verbais de agentes de trânsito às condutoras. De acordo com pessoas ouvidas pelo portal “Notícias Alternativas do Turcomenistão”, os oficiais paravam todos os carros conduzidos por mulheres para dizer que elas não poderiam voltar a dirigir, ou sofreriam consequências – mas sem explicarem o motivo.
Além disso, profissionais do setor privado e funcionárias públicas terão que se comprometer por escrito a não dirigir.
De acordo com o jornal de oposição “Crônica do Turcomenistão”, nas últimas duas semanas as autoridades convocaram mulheres que têm permissão para dirigir a fim de informar que as licenças com menos de cinco anos deverão ser substituídas e que elas seriam obrigadas a refazer todos os exames.
Uma fonte da polícia citada pelo portal de notícias afirmou que Berdimuhammedow decidiu proibir as mulheres de dirigir após o ministro do Interior, Isgender Mulikov, culpá-las pela maioria dos acidentes de trânsito do país.
Mais extravagante ainda foi a decisão de vetar a circulação de todos os carros que não sejam brancos ou prateados.
A população turcomena convive com as arbitrariedades de seus líderes desde que o país conquistou sua independência da União Soviética, em 1991.