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Ciência O uso do celular ao volante “desliga” outras áreas do cérebro e pode ser tão perigoso quanto dirigir embriagado

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Segundo especialistas, esse tipo de distração compromete quatro níveis de percepção. (Foto: Reprodução)

Já se tornou normal ver alguém dirigindo e mexendo no celular ao mesmo tempo. Se antes, os motoristas eram flagrados com os aparelhos nos ouvidos, agora, com a popularização dos smartphones, é comum vê-los digitando ou usando os pequenos computadores para ver e ouvir conteúdos. E essa nova realidade preocupa médicos e autoridades de trânsito.

“O celular altera as ondas cerebrais de alguns pacientes, que ficam desconectados, como se estivessem em transe, fora de si. O cérebro foca na ação que está sendo feita no aparelho e perde a sintonia com o que ocorre ao redor”, relata Ronald Farias, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Segundo especialistas, a distração ao volante abrange quatro dimensões: visual (quando o condutor desvia o olhar da via para ler mensagem ou atender ligação), cognitiva (ao pensar sobre algum assunto ao qual está falando ao telefone, prejudicando a reação frente alguma necessidade no trânsito), física (quando o motorista tira uma das mãos do volante para executar tarefas como digitar números ou mensagens) e auditiva (a atenção do motorista volta-se para os sons do telefone, provocando perda de percepção auditiva de uma sirene ou buzina).

De acordo com a gestora de comunicação do Observatório Nacional de Segurança Viária, Daniela Gurgel, usar o telefone enquanto dirige tem se tornado tão perigoso quanto beber e assumir o volante e ainda envolve um aspecto sociocultural: “A pessoa não se embriaga em uma segunda-feira de manhã, mas usa o celular o tempo inteiro. Isso é muito perigoso”.

Infração

Desde novembro do ano passado, o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) transformou de falta média para gravíssima o manuseio de celular durante a condução de veículos. Quem é flagrado infringindo a lei perde sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e fica obrigado a pagar multa de R$ 293,47, contra o valor de R$ 85,13 e a punição com quatro pontos pelas regras anteriores.

Apesar de campanhas publicitárias enfatizarem os perigos do uso do celular no volante, muitos condutores insistem em usar os aparelhos ao dirigir. Melhorar a formação é uma das soluções apontadas por a gestora. “O instrutor tem que ter a consciência de que ele tem que passar essa noção de responsabilidade para o novo condutor”, faz questão de ressaltar Daniela. “É fundamental chamar a ateção não só do motorista mas também da sociedade, como um todo, para os riscos que a distração ao volante causa. É tudo uma questão de se criar bons hábitos ao volante.”

Responsável por fiscalizar os motoristas e aplicar multas em casos de infração, a Guarda Municipal do Rio Janeiro observa de perto a relação entre direção e celular. Para o inspetor Itaharassi Bonfim Junior, subdiretor de trânsito, as punições para motoristas que dirigem e falam ao celular deveriam ser mais severas, incluindo também os pedestres.

“A multa ainda tem um valor muito baixo e ainda não surte o efeito desejado”, lamenta Itaharassi. “Além disso, muitas pessoas conseguem recorrer aos pontos na carteira. É o jeitinho brasileiro impedindo que as punições sejam aplicadas. Os pedestres que andam falando e mexendo no celular também deveriam ser multados.”

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