Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2019
O vice-presidente do Parlamento venezuelano, Edgar Zambrano, detido em 8 de maio passado, destacado por apoiar um motim contra o presidente Nicolás Maduro, completou nove dias em greve de fome, disse na quinta-feira (18) o líder opositor Juan Guaidó, que é presidente do Parlamento. As informações são das agências de notícias AFP e Reuters.
Zambrano completa nove dias em greve “pelos direitos de todos os venezuelanos, de seus companheiros sequestrados com ele e de todos os presos políticos”, escreveu Guaidó em uma rede social.
Guaidó, que é reconhecido como presidente por 50 países, não detalhou o estado de saúde do deputado.
Justiça processou 15 parlamentares
O Tribunal Supremo de Justiça, de orientação governista, abriu processo penais contra Zambrano e outros 14 legisladores pelo levante frustrado de cerca de 30 militares em 30 de abril, liderados por Guaidó.
A pedido do tribunal, a Assembleia Constituinte chavista que controla o país com poderes absolutos suspendeu sua imunidade.
Zambrano foi detido em maio por agentes de inteligência com armas longas que o interceptaram em seu veículo e que, ao se negar a sair, o levaram com um reboque.
Após as acusações, os outros legisladores se refugiaram em sedes diplomáticas, fugiram para o exterior ou passaram à clandestinidade.
A denúncia de Guaidó, que acusa o governo socialista de Maduro de tentar desmontar o Parlamento – o único em poder da oposição – coincide com conversas entre delegados dos dois lados em Barbados, auspiciadas pela Noruega para resolver a crise política.
Segundo a ONG local de direitos humanos Foro Penal, há 589 presos políticos na Venezuela, embora Maduro desconheça esta qualificação.
Conversas continuam
As conversas entre o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição continuam em Barbados, disse o Ministério das Relações Exteriores da mediadora Noruega na noite de quinta-feira, em um comunicado raro sobre o progresso das conversações.
“Os representantes dos atores políticos centrais da Venezuela estão continuando as negociações iniciadas em Oslo com o objetivo de trabalhar continuamente e tão eficientemente quanto possível”, disse o ministério da Noruega em comunicado.
As conversas foram retomadas nesta semana na tentativa de se buscar maneiras de resolver a crise política da nação latino-americana.
O líder da oposição, Juan Guaidó, invocou a Constituição em janeiro para assumir uma presidência interina depois de declarar que a reeleição de Maduro foi uma fraude.
Maduro o qualifica como um fantoche dos Estados Unidos e atribui os problemas econômicos de seu país a sanções norte-americanas que visam tirá-lo do poder.
A Venezuela está sofrendo um colapso econômico hiperinflacionário que resultou em desnutrição e doenças e provocou um êxodo de quatro milhões de cidadãos.