Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2018
Criticado por especialistas e consolidado como uma importante ferramente de propagação de fake news, com grande impacto nas eleições presidenciais do Brasil, o WhatsApp colocou no ar em algumas rádios do país uma propaganda para discutir as fake news. O anúncio pede para os usuários checarem as informações recebidas antes de, de forma automática, as repassarem para frente.
O anúncio tem caráter pedagógico. O objetivo é ensinar às pessoas a identificar uma notícia falsa – e interromper uma corrente em que se espalha áudios, memes e links de conteúdos inverídicos.
O anúncio informa que mensagens encaminhas por fontes desconhecidas, com falta de evidências e que incitem a violência não devem ser repassadas. Ao contrário, o usuário precisa avisar aos amigos que o mesmos estão compartilhando conteúdo de origem duvidosa ou falso. Também pede cuidado para averiguar as notícias antes de passar para grupos ou contatos. A propaganda avisa que fotos, vídeos e áudios podem ser manipulados e editados para denegrir ou enaltecer determinada pessoa.
O WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil e 1,5 bilhão em todo o mundo.
Reunião com TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai marcar uma reunião prevista para o dia 22 deste mês com representantes do WhatsApp, Facebook e Google com o objetivo de discutir a disseminação de fake news na campanha eleitoral brasileira, especialmente aquelas que atingem a imagem da Justiça Eleitoral e a segurança do sistema.
Antes disso, auxiliares do TSE pretendem conversar com representantes do aplicativo de mensagens instantâneas para tratar da utilização da plataforma na proliferação de notícias falsas.
A falta de uma definição por parte do Tribunal Superior Eleitoral sobre a estratégia a ser adotada para prevenir a disseminação de boatos e a ausência de uma tipificação penal para enquadrar a proliferação delas abriu caminho para um grande número de fake news distribuídas no primeiro turno das eleições, na avaliação de investigadores e conselheiros do Tribunal Superior Eleitoral. Para conselheiros ouvidos reservadamente, a Corte Eleitoral subestimou o impacto do problema durante a campanha. Para um deles, o TSE “está atuando a reboque dos fatos”.