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Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2017
A obesidade nos Estados Unidos atingiu um novo patamar máximo e já afeta 39,6% da população adulta, segundo um relatório governamental publicado nesta sexta-feira (13). Os especialistas estão preocupados porque a condição está associada a outras enfermidades, como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.
A taxa de obesidade dos adultos nos EUA vem crescendo regularmente desde 1999, ano em que se situava em 30,5%.
“Entre 1999-2000 e 2015-2016 observa-se uma clara tendência crescente da obesidade tanto entre os adultos como entre os jovens”, aponta o estudo elaborado a partir de uma mostra representativa da população e publicado pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos.
No entanto, a mudança observada entre 2013-2014 e 2015-2016 “não é significativa nem para os adultos nem para os jovens”, informou o organismo.
O relatório anterior indicava que em 2013-2014 a taxa de obesidade entre os adultos era de 37,7%. Os especialistas ressaltam que a diferença entre este dado e o mais recente não é significativa do ponto de vista estatístico porque é inferior à margem de erro.
Para os adultos, a obesidade se define como um Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 (kg/m2) ou mais. Entre os jovens americanos, que engloba toda a população de entre 2 e 19 anos, 18,5% estão obesos, segundo o relatório. Em 1999, a taxa de obesidade nesta categoria era de 13,9%.
Obesidade infantil
A obesidade infantil atinge atualmente dez vezes mais crianças e adolescentes do que na década de 1970. Isso significa que o grupo de indivíduos entre 5 e 19 anos que estão acima do peso saltou de 11 milhões naquela época para 124 milhões. É um contingente de jovens equivalente a quase toda a população do México, estimada hoje em 127 milhões segundo o Banco Mundial, que sofre de uma condição que pode prejudicar a saúde na vida adulta.
O dado foi revelado ontem por um novo estudo liderado pelo Imperial College de Londres e pela OMS (Organização Mundial de Saúde), descrito na revista internacional “The Lancet”. Os pesquisadores compararam dados sobre o peso de crianças e jovens em 1975 e em 2016. E verificaram que, nessas quatro décadas, o índice de obesos cresceu de 0,7% para 5,6% entre meninas, e de 0,9% para 7,8% entre meninos.
Divulgado na véspera do Dia Mundial da Obesidade, comemorado na última quarta-feira (11), o estudo avaliou quase 130 milhões de pessoas de 200 países. Destas, 31,5 milhões eram indivíduos com idades entre 5 e 19 anos, a faixa etária que registrou maior avanço no excesso de peso.
“As taxas de obesidade em crianças e adolescentes continuam a aumentar em países de baixa e média renda, o que é preocupante. Mais recentemente, esse índice estabilizou em países de renda mais alta, embora permaneça inaceitavelmente alto”, afirmou o autor principal do estudo, Majid Ezzati, da Escola de Saúde Pública do Imperial College.