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Por Redação O Sul | 17 de abril de 2017
O ex-executivo da Odebrecht Carlos Fadigas afirmou no depoimento de delação premiada que a construtora pagou propina, em troca da aprovação de uma MP (medida provisória), para os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) – atual presidente do Senado – e Romero Jucá (PMDB-RR) e para os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) – atual presidente da Câmara – e Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
A MP a que se refere Borba é de 2013 e tratou de incentivos tributários a produtores de etanol e à indústria química. “E aí agora, portanto, com a medida provisória dentro do Congresso Nacional para ser aprovada, depois da edição dela, houve uma mobilização pela aprovação dessa medida provisória. Ela atendia ao interesse de mais de uma empresa do grupo, motivo pelo qual o Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo se envolveram, além de vários outros executivos que se envolveram de formas diferentes”, afirmou Fadigas.
Ele disse que, depois da aprovação do texto, foi procurado pelo colega Cláudio Melo para tratar sobre o pagamento aos políticos que, após contato da empresa, atuaram em favor da MP. “Na sequência disso, o Cláudio procurou a mim e ao Marcelo e relatou necessidade de liberação de recurso de 6 milhões de reais para parlamentares que tinham atuado na aprovação dessa medida provisória”, completou o delator.
Ele disse que não se lembra de todos os políticos que receberam os valores. Aos investigadores, citou que tinha certeza dos nomes de Jucá, Maia, Eunício e Vieira Lima. Fadigas afirmou ainda que sabia apenas do valor recebido por Maia. Segundo ele, foi R$ 100 mil.
A assessoria do presidente da Câmara dos Deputados disse que as acusações são falsas. “Todas as doações que recebi foram solicitadas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça, em cumprimento à lei eleitoral. O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores. Eu confio na Justiça, no Ministério Público e na Polícia Federal, e estou seguro que os fatos serão esclarecidos, e os inquéritos, arquivados”, afirmou o deputado. Os demais parlamentares ainda não se manifestaram. (AG)