Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Odebrecht pagou suborno a funcionários para ter documentos sigilosos do Governo e da Câmara dos Deputados

Compartilhe esta notícia:

A Odebrecht, segundo contaram delatores, ia aonde precisava, para conseguir informações privilegiadas (Foto: Reprodução)

Documentos sigilosos saíam do Ministério da Fazenda para a Odebrecht. O delator Antônio de Castro Almeida contou que o servidor Flávio Dolabella repassava para a construtora atas do comitê de financiamento e garantia das exportações, o Cofig. Com isso, ajudava a empresa a se preparar para conseguir financiamento de obras que seriam tocadas pela Odebrecht no exterior.

“A gente tomava ações administrativas gerenciais ali em função disso”, afirmou o delator. Ele disse ainda que o servidor recebia uma mesada da empresa. “O Flávio Dolabella recebia R$ 15 mil por mês”, disse.

O delator também contou que outra ajudante da Odebrecht foi a então secretária executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior), subordinada ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Lytha Spíndola, segundo Castro, atuava dentro do órgão pra agilizar os projetos de interesse da Odebrecht. Ele afirmou que o acerto era feito com o filho dela.

“Nunca entreguei dinheiro a ela nem a ninguém em Brasília. O negócio era o seguinte: eu consultei quem é que seria o representante dela, ela indicou o filho, Vladimir Spíndola, advogado, e eu tive contato com ele e ele se apresentou no escritório, uma vez”, disse Castro.

De acordo com ele, os pagamentos teriam sido feitos em hotéis, escolhidos por Vladimir Spíndola. “Ele ia lá conversar comigo e eu dizia: ‘o método é o seguinte: quando tiver o pagamento efetivo, não vai ser feito em Brasília. Tinha restrições a fazer qualquer pagamento em Brasília, não sei por quê. Então iria lá para são paulo, ele ia para São Paulo, por exemplo, escolheria um hotel, eu acionaria o pessoal pra mandar entregar no hotel da escolha dele. Eu nunca indiquei hotel nem nada”, disse o delator.

O delator falou também que Lytha Spíndola repassava documentos em primeira mão para construtora. Ela recebeu por esse serviço, segundo Castro, pelo menos US$ 100 mil em 2010.

A Odebrecht, segundo contaram delatores, ia aonde precisava, para conseguir informações privilegiadas. A Câmara foi um desses lugares. Nesse caso, a ajuda teria vindo de um deputado que entregou documentos de sessões secretas da CPI da Petrobras.

O delator José de Carvalho disse que foi atrás do deputado João Bacelar( PR-BA) para conseguir o material. João Bacelar recebeu doações da empresa para as campanhas de 2006,2010 e 2014.

“Eu encontrei o deputado no corredor das comissões e perguntei: ‘você tem novidades da CPI da Petrobras? Alguma notícia com relação à CPI para me dar?’ E ele disse: ‘espere’. Pediu que eu esperasse. Uma hora depois me deu um CD. Não abri o CD, não olhei o CD, mandei o CD para o jurídico avaliar”, disse Carvalho. Ele afirmou ainda que “não fazia ideia” do conteúdo do material. (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A defesa do ex-presidente Lula eleva o tom contra procuradores da Operação Lava-Jato
Após assalto feito por quadrilha brasileira no Paraguai, polícia reforça rondas na região da fronteira em Foz do Iguaçu
https://www.osul.com.br/odebrecht-pagou-suborno-funcionarios-para-ter-documentos-sigilosos-governo-e-da-camara-dos-deputados/ Odebrecht pagou suborno a funcionários para ter documentos sigilosos do Governo e da Câmara dos Deputados 2017-04-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar