Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2016
Coordenador da força-tarefa que investiga a Operação Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol disse na desta sexta-feira que, se somados os crimes em série atribuídos ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira que leva seu sobrenome, a pena atribuída a ele poderia passar dos dois mil anos de reclusão. Mas, como no sistema penal brasileiro crimes semelhantes não acumulam punições, a expectativa da Procuradoria é que o empresário seja condenado a “menos de 100 anos de prisão”.
Marcelo está preso preventivamente desde junho do ano passado, acusado de pagamento de 137 milhões de reais em propinas e de atrapalhar as investigações.
O procurador rebateu as críticas feitas pela defesa de Odebrecht, de que teria havido inconsistência entre o que foi efetivamente dito pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no depoimento em que citou o empresário, e o que consta no termo escrito de suas declarações. Dallagnol também rebateu a afirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista a blogueiros, Lula disse haver direcionamento nas delações para que houvesse citação em seu nome. “Delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não adianta”, afirmou. “Não direcionamos delação”, rebateu o procurador. Segundo ele, no próprio acordo de delação consta o termo de que se o delator mentir pode perder todos os direitos e ainda ser processado.