Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2017
A investida da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) contra o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), pode resultar na criação de uma CPI na Câmara dos Deputados.
O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) já formulou um requerimento de criação do colegiado. A partir desta semana, ele fará um corpo a corpo entre os colegas para coletar as assinaturas necessárias para que a CPI saia do papel. Pelo menos 171 deputados precisam apoiar o requerimento.
Conforme revelou revista Veja, o presidente Michel Temer acionou o órgão de inteligência para espionar o ministro Edson Fachin, responsável por dar prosseguimento a investigações contra o próprio Temer e seus aliados.
“As denúncias publicadas são extremamente graves e reforçam a acusação de que o Presidente da República estaria utilizando o cargo para obstruir as investigações que buscam o esclarecimento de crimes que teriam sido praticados por ele e por seus auxiliares, conforme os autos em tramitação no Supremo Tribunal Federal”, afirma Molon no documento que pede a criação da CPI.
O deputado de oposição sustenta ainda que a ação da Abin configura crime e que, se confirmada, entrará para a história “como um dos mais graves atentados à separação de poderes desde a promulgação da Constituição de 1988”. “O Poder Legislativo tem o dever de investigar as denúncias publicadas, de maneira a resguardar a Constituição e responsabilizar os agentes públicos envolvidos”, disse Alessandro Molon.
Após a coleta e checagem das assinaturas, a CPI precisa ser autorizada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é aliado de Temer.