Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2015
A oposição quer aguardar ao menos fevereiro do próximo ano para votar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, quando acredita que se formará uma espécie de tempestade perfeita: a volta das férias, a economia pior, desemprego, contas a pagar e o Congresso em pleno funcionamento, recebendo pressão popular.
Se o recesso parlamentar de janeiro for suspenso, ficarão em Brasília, na maior parte do tempo, apenas os integrantes da comissão especial, o que acabará fazendo com que os demais não vivenciem o ambiente de impeachment. Líderes oposicionistas admitiram que não teriam, neste momento, votos necessários para aprovar a abertura do impedimento. Para que o processo seja aprovado em plenário, são necessários 342 votos sim.
“A gente faz o carnaval do impeachment e depois fazemos o afastamento propriamente dito. O do ex-presidente Fernando Collor durou 42 dias. Até o fim do ano, teremos oito sessões. Deveremos votar na comissão só em fevereiro”, declarou o vice-líder do DEM, Rodrigo Maia (RJ).
Deputados do PSDB chegaram a defender a suspensão do recesso para que não se passasse à população a ideia de que os parlamentares acolhem o impeachment, mas não querem trabalhar. Depois que o governo manifestou a intenção de acelerar a votação, a esquerda disse que repensaria a ideia.
O chefe do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), defendeu um Natal sem Dilma: “Diante desses fatos graves, o Congresso para e só pensará em impeachment em fevereiro? Eles têm obrigação de convocar agora para passarmos um fim de ano longe da presidenta”, afirmou. (AG)