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Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2017
O subsecretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, afirmou na terça-feira (12) que, após sua recente visita a Pyongyang, a capital norte-coreana, acredita que há uma “porta entreaberta” para uma saída negociada com o país. A informação é da Agência EFE.
“O tempo dirá sobre o impacto das nossas conversas, mas acredito que deixamos uma porta entreaberta. E espero firmemente que a porta para uma solução negociada se abra agora”, disse Feltman.
O diplomata americano informou ao Conselho de Segurança da ONU os resultados da visita que fez a Pyongyang na última semana, o primeiro diálogo de maior profundidade entre a organização e o governo norte-coreano em quase oito anos.
Feltman disse que Pyongyang não manifestou nenhum compromisso em relação à sua vontade de negociar com a comunidade internacional, mas se mostrou favorável em continuar o diálogo com as Nações Unidas.
Para ele, as autoridades norte-coreanas ainda precisam de algum de tempo para “digerir” as conversas e discutir a questão internamente. “Nós insistimos na crença de que eles devem indicar se estão dispostos a seguir um caminho diferente”, afirmou.
Feltman insinuou que o governo norte-coreano concentrou grande parte das conversações sobre a tensão com os Estados Unidos e disse ter lembrado às autoridades do país que, no que se refere ao seu programa nuclear e de mísseis, existe um consenso internacional claro.
“A comunidade internacional está comprometida com uma solução pacífica e política para a situação” e “unida na sua oposição à pesquisa de armas nucleares” por parte da Coreia do Norte, ressaltou.
O diplomata, do ponto de vista pessoal, reconheceu que a visita ao país asiático foi, sem dúvida, a missão mais importante de sua carreira. “Senti a responsabilidade sobre os meus ombros durante o tempo em que estive ali”, admitiu.
Tanto a ONU quanto o regime de Kim Jong-un consideraram, durante as conversas, que a situação na Península coreana é atualmente “a mais tensa e perigosa” questão de paz e segurança no mundo.
Ao longo dos últimos meses, Pyongyang fez repetidos testes armamentícios, desafiando as resoluções das Nações Unidas e elevando a tensão, sobretudo com os EUA.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou que a Coreia do Norte é “a ameaça mais imediata” para o seu país, mas manifestou a intenção de “continuar a diplomacia, com a esperança de sucesso até que caia a primeira bomba”.
Mais armas
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu desenvolver mais armas nucleares na terça-feira, enquanto condecorava pessoalmente cientistas e funcionários que contribuíram para o desenvolvimento do míssil balístico intercontinental – ICBM – mais avançado de Pyongyang, o Hwasong-15. Analistas e autoridades governamentais acreditam que o Hwasong-15, que foi testado em 29 de novembro, tem capacidade de alcançar todo o território continental dos Estados Unidos.
Mas especialistas também creem que a Coreia do Norte ainda precisa melhorar algumas questões técnicas antes de atingir plenamente o objetivo de desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir a totalidade dos EUA.
Kim Jong-un disse na terça-feira que os cientistas e trabalhadores continuarão a fabricar “mais armas e equipamentos de ponta” para “fortalecer a potência nuclear em qualidade e quantidade”, relatou a agências de notícias KCNA nesta quarta-feira.
O líder norte-coreano se pronunciou no encerramento de uma conferência de munições rara de dois dias em comemoração ao Hwasong-15. Kim ainda afirmou que seu país deveria desenvolver e fabricar armas mais diversificadas.