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Brasil Os acusados de matar Marielle não apresentaram álibi para o dia em que o crime aconteceu

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Marielle foi assassinada em março de 2018. (Foto: Reprodução/Instagram)

Antes de serem presos, na última terça-feira (12), pelo assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz foram ouvidos pela DH (Delegacia de Homicídios) da capital, e não apresentaram álibi para o dia em que o crime aconteceu.

Em depoimentos prestados há aproximadamente um mês, eles não souberam informar o que faziam entre 17h30min e 23h de 14 de março do ano passado, período em que se desenrolou a dinâmica da execução. No relatório do inquérito policial entregue à Justiça, consta que os dois afirmaram não se recordar de nada daquela data.

O relatório destaca que, “como era esperado”, os acusados, que estão com prisão preventiva decretada, não deram explicações capazes de desfazer a suspeita que recai sobre ambos. Lessa é apontado como o autor dos disparos, e Élcio seria o motorista do carro usado no duplo homicídio.

Celular “entrega” local

Élcio, de acordo com o relatório, afirmou ter trabalhado no dia do assassinato de Marielle e Anderson pela manhã e à tarde. No entanto, disse não se lembrar do que fez após as 17h30min — alegou apenas que, normalmente, vai para casa por volta das 14h. Porém, na data do crime, antenas de telefonia detectaram o celular do ex-policial na Barra, no mesmo local em que estava o aparelho de Lessa.

Durante o período entre a campana na Rua dos Inválidos, no Centro, onde Marielle participava de um evento, e a abordagem ao carro da vereadora, no Estácio, os celulares de Lessa e Élcio permaneceram sem movimentação. Estavam no mesmo local: o condomínio na Barra onde fica a residência do sargento reformado.

Os investigadores observam que foi possível constatar essa rotina “casa-trabalho” de Élcio ao longo de fevereiro e março de 2018. Porém, a mesma análise não excluiu “os veementes indícios de que, no dia 14/03/2018, ele quebrara a rotina para estar junto de Ronnie Lessa na Barra da Tijuca e, mais tarde, na companhia dele, praticar o duplo homicídio”.

Para os policiais que apuram o caso, os dois acusados combinaram depoimentos. Um indício é destacado: em 1º de fevereiro deste ano, Lessa, Élcio e um amigo em comum, Pedro Bazzanella, também citado no inquérito do crime, se reuniram em um restaurante da Barra. Naquele dia, Bazzanella foi ouvido na DH. Os três amigos se encontraram antes do depoimento, e, depois, Lessa e Bazzanella voltaram a se reunir no local. Quando Bazzanella e Élcio falaram sobre o que haviam feito na data, policiais descobriram que os dois não contaram toda a verdade. Ambos confirmaram os encontros no estabelecimento, mas omitiram a presença de Lessa.

Essa informação consta do pedido de prisão preventiva para Lessa e Élcio feito pelo Ministério Público. “Os denunciados Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram flagrados em plena combinação de depoimentos”, diz um trecho. Entre os motivos elencados para o pedido da prisão, consta ainda um possível risco de fuga de Lessa para Atlanta, nos Estados Unidos, onde mora a filha do sargento reformado.

O nome de Lessa apareceu na investigação em outubro do ano passado graças a uma denúncia anônima, segundo a qual ele recebeu R$ 200 mil para matar Marielle. Ele, segundo a DH, estava no banco traseiro do carro usado no crime, um Cobalt prata. Ainda de acordo com a especializada, é possível que o PM reformado tenha planejado assassinar a vereadora na Rua dos Inválidos. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra um solavanco no veículo logo após o Ágile branco dirigido por Anderson Gomes passar ao lado. Para a polícia, Lessa pode ter mudado de posição naquele momento, ao perder uma oportunidade de atirar.

Depósito de R$ 100 mil

Na tentativa de chegar a um possível mandante do crime, investigadores verificaram que Lessa fez, em outubro de 2018, um depósito de R$ 100 mil em espécie na própria conta, em um banco na Barra. O valor foi identificado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A DH também considera a possibilidade de o sargento reformado ter recebido um pagamento por alguma outra ação. O dinheiro foi investido na compra de uma lancha, segundo a polícia.

Na sexta (15), Lessa e Élcio não quiseram prestar depoimentos sobre a morte de Marielle e Anderson: eles foram orientados por seus advogados a só falarem em juízo. Após a recusa, ambos foram transferidos da carceragem da DH, na Barra, para o presídio Bangu 1, onde devem ficar em Regime Disciplinar Diferenciado. A Justiça já autorizou a ida deles para um presídio federal, e também determinou o bloqueio de seus bens.

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