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Economia Os brasileiros nunca investiram tanto no exterior

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Em menos de dois anos, recursos aplicados em fundos com papéis de outros países saltaram de R$ 4,6 bilhões para R$ 18 bilhões. (Foto: Freepik)

A queda na taxa de juros, as incertezas da eleição presidencial e a busca por proteção para as variações bruscas do câmbio estão fazendo cada vez mais brasileiros procurarem alternativas em investimentos no exterior para diversificar suas aplicações. Entre dezembro de 2016 e julho deste ano, saltou de 5,8 mil para 56 mil o número de investidores em fundos estruturados no Brasil, mas que têm em carteira ações de empresas americanas, índices acionários como o S&P 500, da Bolsa de Nova York, ou moedas como dólar e euro. Um aumento de quase dez vezes em menos de dois anos, segundo levantamento da gestora de recursos do banco americano J.P. Morgan. O total de recursos investidos nesses fundos subiu quase quatro vezes, de R$ 4,6 bilhões para R$ 18 bilhões, no mesmo período.

“O Brasil é um dos países onde a população mais concentra investimentos em ativos domésticos, especialmente renda fixa. Isso foi resultado de uma das mais altas taxas de juros reais do mundo. O investidor se acostumou a ter um bom retorno investindo em títulos do governo, de pouco risco. Agora, a queda do juro é o principal fator para a procura de outras opções de investimento”, disse ao jornal O Globo Giuliano de Marchi, responsável pela gestora do J.P. Morgan na América Latina.

Com a Selic, taxa básica de juros estabelecida pelo Banco Central, a 6,5% ao ano, o juro real está em pouco mais de 2,5%. Para ter um retorno maior é preciso correr mais riscos, observa Marchi. De olho nesse movimento, as gestoras ampliaram a oferta no Brasil de fundos com carteiras de ativos no exterior. Há cinco anos, quase não havia oferta de “fundos globais” no país. Hoje, há uma dezena de gestoras internacionais em atuação no Brasil, como as americanas Pimco, Black Rock e Franklin Templeton, e as britânicas Schroders e Aberdeen. Bancos como o J.P. Morgan e Morgan Stanley também aumentaram a oferta desses produtos.

Investidor qualificado

Os fundos globais ainda são destinados a uma parcela restrita de investidores, chamados de “qualificados”. Trata-se de uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para pessoa física ou jurídica que possui aplicações de pelo menos R$ 1 milhão.

“Esses fundos são da família dos multimercados. São mais arriscados, para pessoas com perfil menos conservador”, disse Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor da Associação Brasileira de Executivos de Finanças (Anefac).

No mercado local, os fundos multimercados cobram, em média, taxa de administração de 2%. Alguns ainda possuem a chamada taxa de performance, que pode chegar a 20%. Como os produtos com ativos no exterior são distribuídos tanto para brasileiros quanto para investidores da China ou da Europa, o ganho de escala permite que, em alguns casos, as taxas caiam a até 0,65%.

Fundos que investiram no índice S&P 500 há um mês já renderam 3%. Outros que têm em carteira ações da Apple, que subiram de US$ 200 para US$ 225 este ano, também estão no azul. Como a maioria desses fundos é protegida das variações do dólar, o ganho real atrai.

Investidores não “qualificados” têm outra alternativa para aplicar no exterior. Nos últimos dois anos cresceu a oferta dos chamados Certificados de Operações Estruturadas (COEs), espécie de título emitido pelos bancos com rentabilidade atrelada a índices acionários, ações e moedas, tanto no exterior, quanto no Brasil.

Sem burocracia

O investimento mínimo começa em R$ 3 mil e o prazo da aplicação varia de um a três anos. Nos COEs, o capital principal fica protegido, o que significa que se o índice Dow Jones, também da Bolsa de Nova York, cair em dois anos, o investidor recebe o que aplicou inicialmente. O COE é tributado como aplicação de renda fixa, com imposto de 12% pela tabela regressiva.

“É mais uma forma de diversificar o investimento nesse cenário de juros baixos. Nossa parcela de clientes com aplicações em COEs atingiu cinco mil desde março, quando o produto começou a ser distribuído”, contou Thiago Villela, diretor da Órama.

Outro fator que facilita o investimento lá fora é a desburocratização. Antes, o investidor precisava ter uma conta no exterior, fazer a remessa dos recursos e, depois, pagar imposto via carnê-leão. Nessas gestoras, o investimento é feito eletronicamente, em reais, e o imposto, descontado automaticamente. É o caso da corretora americana Avenue Securities, que chega em breve ao Brasil com opções de compra de ações de empresas estrangeiras com muito menos burocracia. Também oferecerá aos brasileiros aplicações nos chamados Exchange Trade Funds (ETFs), fundos que acompanham índices acionários.

 

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