EconomiaOs Correios devem fechar este ano com um prejuízo de mais de 1 bilhão de reais. Será o quinto ano consecutivo em que fechará o ano no vermelho
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Redação O Sul
| 15 de junho de 2017
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Para tentar reverter a crise, o presidente da estatal propõe alterar o plano de saúde dos funcionários.(Foto: Reprodução)
Os Correios devem fechar 2017 com prejuízo de 1,3 bilhão de reais, segundo projeção do presidente da estatal, Guilherme Campos, apresentada em uma reunião no Palácio do Planalto. Se confirmada, será o quinto ano consecutivo em que a companhia, que foi palco inaugural do mensalão há mais de dez anos, fechará no vermelho. Nos primeiros quatro meses deste ano, o prejuízo acumulado é de 800 milhões de reais.
Para tentar reverter a crise, Campos propõe alterar o plano de saúde dos funcionários. A ideia é que a empresa, que hoje custeia, em média, 93% dos planos de funcionários, estendendo o benefício a cônjuges, filhos e pais, concentre-se em pagar 100% do benefício, porém apenas para funcionários ativos e aposentados, excluindo parentes.
“A única proposta hoje na mesa é essa: assumimos 100% do custo dos funcionários na ativa e dos aposentados e 15% do resultado do lucro da empresa iria para a folha de pagamentos para que os empregados optem por contratar com desconto o plano de parentes”, afirmou Campos. Ao ser questionado sobre quando os Correios passarão a ter lucro para que a proposta seja concreta, o presidente da estatal disse que não há como calcular, mas destacou que tem “trabalhado para que o lucro venha o quanto antes”.
Do déficit de 800 milhões de rais dos quatro primeiros meses do ano, 600 milhões de reais foram referentes ao custo do plano de saúde dos funcionários. Do rombo de 2 bilhões de reais registrados em 2016 – o balanço ainda não foi divulgado –, 1,8 bilhão de reais, segundo o presidente, é consequência do custo dessa cobertura estendida do plano de saúde.Acordo
Campos defende um acordo com funcionários para resolver a situação. “[Sem acordo]O plano de saúde vai representar a morte da empresa”, afirmou. A explicação para o alto custo do plano de saúde era justamente a inclusão dos pais dos empregados na cobertura. A proposta da estatal representaria economia de um terço do déficit da empresa, ou cerca de 600 milhões de reais, segundo o executivo.
O presidente dos Correios destacou que o processo de mudanças nos benefícios está sendo feito “por etapas” e que, durante as negociações do dissídio coletivo, foi destacada a necessidade de ajustes no custeio do plano de saúde. Segundo ele, como o sindicato dos trabalhadores não fez propostas, a estatal levou o tema ao Tribunal Superior do Trabalho, que está mediando uma solução.
Na reunião com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Dyogo Oliveira (Planejamento) e funcionários técnicos da assessoria jurídica do governo, Campos fez relatos de que, se o plano de saúde não for extinto ainda neste ano, a “reestruturação” dos Correios fica comprometida. Segundo uma fonte, a ideia é aguardar uma resposta do TST, mas, se o Tribunal não autorizar, “eles vão extinguir mesmo assim e deixar judicializar”. O presidente da estatal, porém, nega que tenha a intenção de deixar que os funcionários recorram à Justiça para ter a garantia da cobertura do plano aos parentes. “É uma cláusula trabalhista, não posso fazer isso de forma unilateral”, ponderou.
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