Mundo Os Estados Unidos querem que seja implantado um alarme obrigatório nos carros para evitar a morte de crianças que são esquecidas no veículo
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2017
Ao menos 41 crianças morreram de insolação neste ano nos EUA quando seus pais as deixaram nos bancos de trás de carros estacionados. Desde 1990, foram mais de 800. Os legisladores americanos debatem agora se os carros novos deverão incluir um sistema que detecte a presença de crianças no banco de trás e alerte o motorista para o fato de que elas estão no carro, quando ele desliga o motor.
Essa exigência foi acrescentada a um projeto de lei cujo objetivo é acelerar o desenvolvimento de carros autoguiados, aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. A versão do Senado para o mesmo projeto de lei, aprovada em comitê neste mês, inclui uma emenda que também torna obrigatória a presença desse sistema de alerta.
Embora algumas montadoras, como Hyundai, GM e Nissan, tenham desenvolvido sistema de alerta voluntariamente, o setor automobilístico vem relutando em adotar a tecnologia que esses projetos de lei requerem.
A Aliança dos Fabricantes de Automóveis, a principal organização setorial da indústria automobilística, disse que se opõe às regras propostas. Para ela, a proposta seria inócua, pois poucos pais de crianças pequenas compram carros zero.
A aliança apela por esforços de educação. Há dez anos vem divulgando mensagens que explicam os motivos do superaquecimento dos carros estacionados ao sol e aconselham pais a jamais deixarem seus filhos no carro. Mas os proponentes de regras mais fortes dizem que os anos de esforços educacionais não diminuíram o número de mortes. E, na maioria dos casos, afirmam, os pais deixam os filhos no carro por distração ou esquecimento.
“Não há como ensinar as pessoas a não esquecer”, disse Janette Fennell, presidente da KidsandCars.org, organização dedicada a proteger crianças quanto a riscos associados aos veículos.
O que leva ao esquecimento?
Segundo matéria da Crescer, os pais, muitas vezes, acumulam funções e tentam dar conta de uma rotina cheia de afazeres justamente para tentar oferecer melhores condições aos filhos. “Só que acabam se esquecendo do principal, que é a necessidade de uma conexão real. Uma criança pequena deve estar sempre sob o olhar atento de um adulto, em todos os momentos”, diz Carmen. De acordo com ela, pais e mães que dispõem de pouco tempo devem aproveitar os trajetos de carro na companhia dos bebês para interagir com eles, seja conversando, cantando ou contando histórias. “Mesmo que a criança durma, é preciso perceber como está seu sono, se ela faz barulho enquanto tira a soneca, se sua cabeça está torta…”, exemplifica.
Mudanças de rotina, uso constante de aparelhos tecnológicos – com mensagens, notificações e ligações piscando nas telas de minuto em minuto – e períodos de muita atividade social – como festas e comemorações – favorecem situações de esquecimento. “Nesses momentos, as pessoas se estressam mais do que o comum e isso pode favorecer as falhas do cérebro”, explica a psicóloga Mariana Vasconcellos, especialista em terapia de casal e de família. “Embora a conexão emocional e o fato de prestar atenção ao momento presente sejam as melhores maneiras de prevenir fatalidades causadas pelo esquecimento, algumas dicas de segurança podem ajudar, como colocar um brinquedo no banco do passageiro toda vez que estiver com a criança no carro”, sugere Carmen. Assim, ao olhar para o objeto, o adultos se lembrarão imediatamente.
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