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Brasil Os juros do cartão de crédito caem, mas a inadimplência segue alta

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Analistas avaliam limites para o afrouxamento monetário. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Desde que as novas regras para o empréstimo rotativo começaram a valer, no início de abril, os juros anuais do cartão de crédito já caíram mais de 200 pontos percentuais. De lá até setembro, segundo os números mais recentes do Banco Central, as taxas caíram de 431,1% ao ano para 227,5%.

As novas regras definidas pelo Banco Central limitam o uso do rotativo ao período de um mês. Acima desse prazo, a quitação do saldo em aberto da fatura deve ser feita à vista ou por meio de parcelamento oferecido pelas instituições, com juros mais baixos.

“Limitar o ciclo do rotativo foi saudável, pois saímos de taxa de quase 15% ao mês para perto de 10% em cinco meses”, afirma Ricardo Vieira, diretor executivo da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito).

Os custos menores no cartão também decorrem da redução da taxa básica de juros. A Selic estava em 12,25% ao ano em março e agora já baixou para 7,5% ao ano. Esse recuo levou, por exemplo, a taxa média do crédito pessoal, que inclui linhas de consignado e não consignado, de 54,2% em janeiro para 48,5% ao ano em setembro.

Rodrigo Cury, superintendente-executivo de cartões do Santander, considera que a redução da taxa básica não foi a principal responsável pela queda acentuada dos juros do rotativo. Ele observa que o declínio se deu entre março e junho, quando já estava em 230%. Desde então, ficou praticamente estável. Há consenso no mercado de que a taxa atingiu um piso e só cairá mais, caso a situação geral da economia melhore.

Se as taxas de juros recuaram rapidamente, a inadimplência ainda deve demorar para cair de forma mais significativa, segundo especialistas. O nível dos atrasos de até três meses no rotativo atingiu seu pico em maio, logo após o início de vigência das novas regras, e, desde então, passou a recuar mês a mês até setembro, em uma queda de três pontos percentuais, de 16,6% para 13,57%.

Apesar da queda, taxa ainda é alta

Enquanto a Selic despenca, as taxas de juros dos cartões de crédito e cheques especiais, por exemplo, se mantêm em três dígitos ao ano. Para se ter uma ideia, em agosto, a média dos juros do cartão de crédito rotativo – quando a pessoa paga apenas o mínimo da fatura – era de 397,4% ao ano. Isso significa que se uma pessoa deixa de pagar atualmente 500 reais da conta do cartão em um mês verá sua dívida chegar a quase 2.500 reais em um ano.

Apesar de servir como referência para todas a outras taxas praticadas – tanto no crédito quanto nos investimentos – a Selic é apenas um dos componentes para determinar o valor delas. No caso dos cartões de crédito e cheques especiais, as taxas dos juros são livres e estipuladas pelos próprios bancos, não existindo assim qualquer controle de preços ou tetos para o valor cobrado. A única obrigatoriedade que a instituição tem é a de informar aos clientes quais são os juros aplicados caso ele decida recorrer a qualquer tipo de crédito. Os bancos brasileiros, os principais operadores dos cartões, não explicam, no entanto, detalhadamente os critérios da taxa.

Segundo a economista Juliana Inhasz, professora do Insper, os cortes da Selic podem chegar a influenciar a longo prazo na queda dos juros de empréstimos e do cartão, mas no curto prazo três fatores são determinantes para manter os juros do crédito nas alturas: inadimplência, disponibilidade de recursos e concentração dos bancos.

Junto com o crescimento do desemprego, subiu o número de pessoas que não conseguem honrar seus compromissos financeiros. Atualmente, 59,1 milhões de brasileiros possuem contas em atraso e estão registrados nos cadastros de inadimplentes.

Nos últimos dois anos, o mercado viu um recuo da massa salarial muito forte.  As pessoas deixaram de guardar dinheiro porque perderam fontes de renda. Então a disponibilidade de recursos para os bancos ficou menor. Ao mesmo tempo, há uma demanda por empréstimos grande, dessa forma, pela lei da oferta e da procura, a taxa cobrada naturalmente sobe.

Além disso, o Brasil possui poucos bancos no sistema financeiro. No fim do ano passado, as quatro maiores instituições financeiras – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Caixa Econômica Federal – detinham praticamente 80% do mercado de crédito brasileiro.

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https://www.osul.com.br/os-juros-do-cartao-de-credito-caem-mas-inadimplencia-segue-alta/ Os juros do cartão de crédito caem, mas a inadimplência segue alta 2017-11-27
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