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Brasil Os ministros do Tribunal de Contas da União que julgam a JBS/Friboi se hospedaram na ilha de propriedade de Joesley Batista

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Joesley Batista, um dos donos da JBS/Friboi. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Dois ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) que vão analisar a legalidade de empréstimos de mais de 10 bilhões de reais ao grupo J&F passaram um fim de semana na ilha de Joesley Batista, em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Os ministros são Vital do Rêgo e Bruno Dantas.
Na delação da JBS, que faz parte do grupo J&F, Vital do Rêgo é citado como beneficiário de uma propina de 8 milhões de reais. Ele também aparece na delação de Delcídio do Amaral, da Andrade Gutierrez, Odebrecht e UTC como recebedor de suborno.

A informação sobre a viagem que fizeram à mansão de Joesley é da revista “Veja” que começou a circular nessa sexta-feira. A viagem à ilha de Joesley ocorreu em junho de 2016, quando o Tribunal de Contas já considerava suspeitos os empréstimos do BNDES ao grupo J&F. Em uma das operações, o TCU apontou um prejuízo de 300 milhões de reais para os cofres públicos.

O BNDES não fez só empréstimos às empresas de Joesley. O banco público também comprou ações do grupo, ou seja, é sócio dos irmãos Batista. Os dois ministros viajaram com suas mulheres e passaram o fim de semana entre a mansão e o iate de Joesley, uma embarcação de 30 metros de comprimento, três andares e quatro quartos.

Em resposta à reportagem, o ministro Dantas negou que tenha beneficiado o grupo J&F nos julgamentos do TCU. Ele frisou que votou a favor do prosseguimento de uma apuração sobre as empresas do grupo J&F. Vital do Rêgo não quis se manifestar. Ele é alvo de dois inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. O primeiro, de junho de 2016, apura a suspeita de que a UTC subornou o Vital do Rêgo quando ele era senador pelo PMDB da Paraíba e presidia a CPMI da Petrobras, de 2014. Segundo delatores, Vital do Rêgo cobrava propina para não convocar empreiteiros.

O outro inquérito é de abril deste ano e foi aberto a partir do relato da Odebrecht, de que pagou 350 mil reais a Vital do Rêgo por determinação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que foi indicado ao cargo pelo partido do ex-senador, o PMDB.

Irmãos presos

A tranquilidade dos donos da maior empresa de carne do mundo, os irmãos Wesley e Joesley Batista, começou a ser abalada com os boatos de que eles haviam se beneficiado de informação privilegiada para atuar no mercado. Imaginando a alta do dólar e a queda das ações da empresa após a delação, eles teriam comprado antecipadamente moeda americana e vendido ações das próprias companhias.

Logo começaram os ataques políticos. Eles vieram, principalmente, de Temer, que chamou Joesley de “falastrão” e “oportunista”. O presidente também atacou o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao insinuar que ele teria recebido dinheiro para fechar o acordo de delação. Isso porque um dos procuradores que trabalhavam com Janot, Marcelo Miller, havia mudado de lado: deixara o Ministério Público para ir trabalhar em um escritório de advocacia que atendia a JBS.

A sorte dos irmãos Batista mudou de vez em 4 de setembro, quando Janot convocou a imprensa para divulgar novos áudios. As gravações indicavam que os delatores estavam mentindo e omitindo provas, o que é uma violação ao acordo de delação. E traziam evidências de que Miller não só havia mudado de lado como também poderia ter feito jogo duplo quando ainda estava no Ministério Público. A imunidade dada aos delatores foi revogada em 8 de setembro, data em que Joesley foi preso preventivamente. O irmão Wesley também foi preso, na semana seguinte, pela atuação no mercado financeiro.

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