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Mundo Os multimilionários e polêmicos investimentos da Universidade de Harvard em terras na América Latina

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Brazil Conference 2022 é um evento organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston (EUA). (Foto: Reprodução)

Alguns discutem se Harvard é a melhor universidade do mundo. Mas ninguém duvida de que seja a mais endinheirada. Seu patrimônio próprio, superior a US$ 36 bilhões (o equivalente a R$ 142 bilhões), ultrapassa o PIB de países como Paraguai, Honduras ou El Salvador. Harvard é, em si, uma potência não apenas em termos de prestígio, mas também econômica. E nos últimos anos decidiu investir em terras na América Latina (Brasil incluído), uma opção que lhe tem trazido dores de cabeça – algumas delas por causa de terras que comprou na Bahia.

Críticos acusam a instituição de má gestão ambiental, de adquirir imóveis com irregularidades nos títulos de propriedade e, no melhor dos casos, de ter feito um mau negócio. Tudo começou com o colapso financeiro global de 2007, quando os mercados de ações despencaram em todo o planeta.

Como muitos dos destinos tradicionais de seus investimentos estavam em dificuldades por causa da crise econômica, os especialistas financeiros que administram o patrimônio de Harvard decidiram embarcar em uma estratégia de compra de terras agrícolas em países em desenvolvimento, inclusive a América Latina, esperando que essas fazendas mantivessem a rentabilidade que não se via mais em Wall Street. Harvard investiu em terras rurais no Uruguai, no Chile, na Argentina e no Brasil, entre outros países da região.

Venda de terras

Mas o investimento se justificou? Em muitos casos, parece que não. Em outubro de 2017, a Harvard Management Company, empresa que administra os investimentos da universidade, anunciou que reduziu em US$ 1 bilhão (R$ 3,94 bilhões) o valor estimado de sua carteira de investimentos em recursos naturais em todo o mundo, ante o fraco desempenho desses negócios.

Foi então anunciada, entre outras medidas, a venda de uma fazenda no Uruguai, cujo valor se estimava em US$ 120 milhões (R$ 473,35 milhões) e incluía 20 mil hectares de plantações de eucalipto.

Mas a rentabilidade insatisfatória dessas propriedades poderia ser apenas um dos problemas de Harvard como proprietária de terras na América Latina. Há vários anos, entretanto, a instituição também enfrenta uma controvérsia legal por causa de sua propriedade na Bahia, com 140.000 hectares e comprada por intermédio de uma subsidiária, a Caracol Agropecuária.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, alguns questionam em Harvard se o negócio foi feito, de fato, com os legítimos proprietários. Algum tempo atrás, vários agricultores da região foram à Justiça brasileira argumentar que, há mais de uma década, eles praticavam agricultura de subsistência nessas fazendas, que eram então propriedade do Estado. Os agricultores afirmam que foram expulsos irregularmente da área por um grupo de latifundiários brasileiros, supostamente com títulos de propriedade, e então a venderam a Harvard.

As autoridades brasileiras estudam há anos essas supostas irregularidades. Um relatório apresentado em 2014 por uma comissão estadual argumentou, segundo a Bloomberg, que sua recomendação era revogar títulos de propriedade – descritas como resultado de um “festival de procedimentos irregulares e ilegais que resultaram na usurpação de terras públicas”, situação sucedida pela compra o terreno pela Caracol, a empresa associada a Harvard.

As autoridades do Estado da Bahia “estão decidindo se entrarão com uma ação para reivindicar a propriedade dos títulos”, observou a Bloomberg no final de abril. Mas não há notícias de medidas legais concretas tomadas contra Harvard, apesar de a disputa estar em curso há tantos anos.Questionada sobre o caso, a Harvard Management Company informou que adota a política de não comentar “investimentos específicos”.

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https://www.osul.com.br/os-multimilionarios-e-polemicos-investimentos-da-universidade-de-harvard-em-terras-na-america-latina/ Os multimilionários e polêmicos investimentos da Universidade de Harvard em terras na América Latina 2018-08-19
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