Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2017
Acostumado a dar declarações polêmicas sobre o holocausto ou sobre muçulmanos, Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema direita FN (Frente Nacional) e pai da candidata Marine Le Pen, encontrou um novo alvo na última quinta-feira (27).
O empresário se referiu a Emmanuel Macron com uma expressão de igual mau gosto: “marido de madame cougar”, termo pejorativo para mulheres que se envolvem com parceiros mais novos. A ironia tinha endereço: Brigitte Macron, de 64 anos, possível primeira-dama.
O relacionamento entre Macron e sua mulher, Brigitte, 24 anos mais velha, chamou atenção do mundo há uma semana, quando ele a homenageou no discurso de vitória no primeiro turno – uma atitude ainda rara no mundo da política na Europa.
Em uma campanha feroz e marcada pelo vale tudo da parte de Marine Le Pen, a diferença de idade do casal virou alvo de ataques a Macron, apresentado de forma pejorativa como candidato “liberal e libertário” por setores ultraconservadores da sociedade francesa.
A história do brilhante estudante de ensino médio que se apaixona pela professora de teatro é um hit das páginas de revistas de fofocas e de celebridades na França desde 2016, quando o caso de amor veio ao conhecimento do grande público. Só a revista semanal Paris Match, uma das mais conhecidas do país, publicou cinco capas sobre o candidato e sua mulher nos últimos 18 meses – a última delas na quinta-feira, em que Macron aparece ao lado de Brigitte sob o título “Aposta bem-sucedida”.
Calada em público, a mulher de Macron não hesita em expressar sua contrariedade em privado com frases claras – do tipo “Eu não estou de acordo com Emmanuel” -, sem que no entanto tenda a impor sua visão sobre a do marido, segundo os observadores mais próximos. Brigitte não participa de reuniões do partido, nem de seu comitê de campanha presidencial.