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Mundo Os pais dos jovens feitos reféns nos Estados Unidos se dizem inocentes. O casal poderá pegar prisão perpétua

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Louise (esquerda) e David Turpin (direita, cabelo comprido). O casal está preso. (Foto: Reprodução)

Os pais dos 13 jovens achados acorrentados e desnutridos em Perris, na Califórnia, aparentaram tranquilidade em sua primeira audiência sobre o caso, na quinta-feira (18), na qual se declararam inocentes. David e Louise Anna Trupin foram indiciados por vários crimes, como tortura, abuso sexual e cárcere privado, e agora podem pegar até prisão perpétua, de acordo com a gravidade das acusações. Segundo a procuradoria do distrito de Riverside, os Turpin os mantinham por meses em cárcere, às vezes, e lhes negavam comida e banhos. O casal está preso e teve fiança estipulada em US$ 12 milhões para cada um.

As autoridades deram detalhes sobre a denúncia da jovem de 17 anos que fugiu do cárcere e alertou as autoridades sobre os maus-tratos. Segundo o procurador, ela escapou pela janela do banheiro e mostrou fotos dos irmãos acorrentados e desnutridos. Após planejar por dois anos a fuga, chegou a ser acompanhada de um de seus 12 irmãos, que desistiu de fugir e voltou à casa.

Foi graças à filha que escapou e fez a denúncia que os policiais entraram na residência na segunda-feira e encontraram as 12 pessoas — de 2 a 29 anos — todas desnutridas e submetidas a condições insalubres. Algumas delas estavam acorrentadas a móveis, e a casa estava imunda, segundo o procurador Mike Hestrin.

“Como procurador, existem alguns casos que assombram. Alguns lidam com a depravação, e é isso com o que estamos lidando hoje”, afirmou Hestrin, que chegou a indicar que o grau de sofrimento apresentado por alguns dos jovens indicava que eles poderiam ter passado até anos sob cativeiro.

De acordo com fontes da TV NBC, os pais davam aos filhos apenas um prato de comida racionado por dia, e lhes deixavam tomar banho somente uma vez por ano. Segundo Hestrin, os pais chegavam a provocar os filhos com o cheiro de torta de maçã e puniam as crianças estrangulando-as ou amarrando-as — primeiro, com cordas, e depois, com correntes. “As punições duravam semanas ou até meses, às vezes”, relatou Hestrin.

Além dos abusos do cárcere, uma das crianças teria sofrido abuso sexual por David, segundo os promotores. Ao total, são 12 acusações de tortura, sete de abuso contra adultos dependentes, seis de negligência/abuso infantil e 12 de cárcere privado. “Se forem condenados por todas as acusações, poderão enfrentar entre 94 anos de prisão e prisão perpétua”, informou Hestrin.

As irmãs de Louise Anna e David se surpreenderam com a revelação dos abusos, mas revelaram à mídia americana o esforço dos parentes em manter uma “vida secreta”. Por décadas, os americanos agora detidos por tortura vedaram visitas de familiares e os impedia de conversar com os jovens, encontrados desnutridos e imundos neste domingo. Uma das tias relatou que alertava Louise sobre o baixo peso das crianças.

Elizabeth Flores destacou que implorava para ver os sobrinhos, mesmo que fosse por Skype. A irmã e o cunhado negavam o contato. Passados 20 anos de veto, a tia dos jovens se acostumou com as barreiras da família e, por isso, nem desconfiou que algo de errado, como tortura, ocorresse na casa de Perris.

“Quando isso acontece por 20 anos, e até antes de as crianças estarem com eles, você não acha que é anormal. Se ela tivesse nos cortado (o contato) há dois anos, aí nós poderíamos pensar que algo não estava certo. Mas eles eram realmente privados, não apareciam muito”, explicou Elizabeth, segundo a qual Louise Anna ordenou que o pai delas cancelasse uma viagem ao saber que ele havia comprado uma passagem aérea de surpresa.

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