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Armando Burd As palavras não alteram o produto

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou ontem dourar a pílula. Disse que, se houver aumento de imposto, será “temporário”. A forma condicional está mal posta. Todas as paredes dos gabinetes de Brasília sabem que a elevação ocorrerá. Quanto ao “temporário”, conhecemos bem como é. Meirelles não usou a palavra provisório. Outros governos mudaram na primeira oportunidade: passou a ser permanente.

CALOTE INSTITUCIONALIZADO

O governo federal quer dar mais um torniquete: como parte do acordo de recuperação financeira, busca aprovar medida que proíbe os Estados de entrarem na Justiça para cobrar recursos de compensações da Lei Kandir. Os governadores de Minas e Rio de Janeiro reagiram ontem, ligando para seus colegas, entre os quais José Sartori, para formar uma frente de rejeição à proposta.

MEMÓRIA

A Lei Kandir foi criada em 1996 para estimular a exportação. O texto isenta da cobrança de ICMS mercadorias e serviços que tenham essa finalidade. Os Estados perderam grande parte das receitas, já que o ICMS é uma das principais fontes de arrecadação. O governo federal ficou de compensar. Só que o cálculo para estipular esses valores é alvo de discussão até hoje. Em resumo: Brasília passou o calote.

EFEITO

O jornal Clarin, de Buenos Aires, pergunta: o escândalo da carne no Brasil nos abala?
A resposta dos empresários é sim. Motivo: os frigoríficos JBS e BRF estão presentes na Argentina e representam 20 por cento das exportações de carne.

PACIÊNCIA TEM LIMITE

Empresário que há meses sofre nos meandros da burocracia para obter liberação do certificado ambiental desistirá de empreendimento que geraria 150 empregos na região metropolitana de Porto Alegre. Levará o investimento para Santa Catarina. Irritado, comentou ontem com técnicos de sua equipe: “Se vierem ao meu escritório e acharem a conta de florista em minha gaveta, que não me acusem de crime ecológico.”

HÁ 40 ANOS

A 25 de abril de 1977, o governo brasileiro começou a perceber o boicote de financiamentos dos Bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento. O motivo da pressão, que tinha origem nos Estados Unidos, era o acordo nuclear firmado com a Alemanha e a política de direitos humanos.

RÁPIDAS

* A bancocracia festeja. O custo dos juros para rolagem da dívida do governo federal se aproxima de 100 bilhões de reais. A contagem começou a 1º de janeiro deste ano.

* O governo do Estado anda vacilante diante do tudo ou nada na Assembleia. Por isso, adia a votação do que resta do pacotão.

* A contrariedade de deputados estaduais do PDT com os passos do governo mostra que andam próximos do desembarque da base aliada.

* Uma das maiores ilusões de muitos governantes é obter o consenso em torno de si.

* A Federação das Indústrias de São Paulo começou campanha publicitária contra o ministro Henrique Meirelles porque aumentará impostos. A Fiergs não pode ficar de fora.

* Com a fiscalização do dinheiro para os candidatos, a expressão sobra de campanha será substituída, em 2018, por falta de campanha.

* Começar uma greve é fácil. Difícil torna-se terminá-la sem conquistas.

* As livrarias estão precisando: se for lançado o Almanaque dos Ministérios e das Secretarias Decorativas Ao Longo de Décadas, vai se tornar best-seller.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/palavras-nao-alteram-o-produto/ As palavras não alteram o produto 2017-03-25
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