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Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2019
O papa Francisco renovou os estatutos do Instituto para Obras de Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano, introduzindo a figura de um auditor externo de contas, dentro das normas internacionais, informou a Santa Sé no sábado (10). As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle e do Vatican News.
O órgão, instituído em 1942 por Pio 12, garante a custódia e a administração dos bens imóveis transferidos e doados ao IOR por pessoas físicas e jurídicas, destinados a obras de caridade, além de administrar contas bancárias de funcionários e autoridades do Vaticano.
Corrupção e lavagem de dinheiro
No passado, ele enfrentou acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Seus clientes incluem instituições católicas, funcionários do Vaticano e embaixadores da Santa Sé, entre outros.
Em uma disposição, o papa renovou por dois anos os estatutos do IOR, aprovados em 1990 por João Paulo 2º. Entre as principais novidades está a implantação da figura de um auditor externo, que poderá ser uma pessoa física ou jurídica, eliminando os três auditores internos, cujos cargos eram renováveis.
Padrões internacionais
O novo auditor estará apto a solicitar da instituição financeira qualquer informação potencialmente útil para suas atividades de supervisão, além de conferir se os balancetes do banco estão conformes com os padrões internacionais.
Renovação dos estatutos
Com a renovação dos estatutos, os órgãos do IOR terão quatro órgãos: a Comissão de Cardeais, composta por cinco prelados designados por Francisco; o Conselho de Superintendência, que passa de cinco para sete integrantes; o Prelado; e o Conselho de Administração, com a figura de um diretor-geral.
O responsável por este último pode ser nomeado por cinco anos, com uma única renovação, ou ter mandato sem prazo definido, porém a idade máxima para o cargo é de 70 anos.
Comissão de Cardeais
A Comissão de Cardeais será responsável por nomear os auditores, que atuarão pelo período de três exercícios financeiros consecutivos, em mandato a ser renovado apenas uma vez.
Balanços divulgados
Desde que assumiu, em 2013, Francisco tem condenado severamente as atividades financeiras ilícitas. A partir daquele ano, o Banco do Vaticano divulga anualmente seus balanços. Em junho ele publicou os resultados econômicos de 2018, apontando um lucro de 17,5 milhões de euros (R$ 77,2 milhões), uma queda de 45% em relação aos 12 meses anteriores.
Último relatório
Em junho passado, o banco publicou o balanço do exercício de 2018, que registou um lucro de 17,5 milhões de euros (contra 31,9 milhões em 2017). O resultado, embora muito inferior ao do ano anterior, especificou uma declaração do Instituto, foi alcançado “apesar da forte turbulência dos mercados” e “da persistência das taxas de juro ainda muito baixas”.