Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de julho de 2015
Contrários à gestão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um grupo de 18 deputados lançou um documento na quinta-feira, em contraponto ao balanço que o peemedebista fará sobre seus primeiros seis meses à frente da Casa, em cadeia nacional de rádio e televisão, na sexta-feira. De acordo com eles, a condução dos trabalhos por Cunha é feita de forma autoritária e vertical.
“Quando há matéria que pode desagradar ao bloco do presidente, a matéria ou é votada de novo ou não é votada. Há um esmero na interpretação interessada do regimento e da própria pauta da Câmara”, afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “Vamos continuar batalhando para democratizar o parlamento, para que ele seja mais aberto à população”, completou o parlamentar.
Durante um café da manhã com jornalistas no mesmo dia, Cunha disse que a manifestação do grupo é “choro de quem perdeu as eleições”, em referência à disputa para a eleição da Presidência da Casa, em que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi derrotado pelo peemedebista. “Será então que eu sou ditador e todo mundo concorda com a minha ditadura? Isso é choro de perdedor”, afirmou.
“O presidente tem se comportado para desestabilizar o governo. Cada vez mais gente fica perplexa com as atitudes do presidente, com essa maneira autoritária de conduzir a Casa, que afronta a Constituição e a própria democracia para impor a sua vontade. Isso não é bom para o País e nem para a democracia”, rebateu o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
Os parlamentares também reclamaram da declaração de Cunha de que seu principal acerto foi ter resgatado a independência do Legislativo em relação ao Planalto. “O único que se fortalece com essa conduta é ele mesmo. No fundo, usando o poder que o Parlamento tem, quem se fortalece, única e exclusivamente, é ele. Uma casa legislativa tem que ter um presidente que esteja a sua altura. E o comportamento do presidente da Câmara mostra que ele não está”, concluiu Molon.
O documento, intitulado “Um Semestre de Retrocessos”, é assinado pela bancada do PSOL e por integrantes de PT, PSB, PDT, Pros, PPS e PCdoB. Dentre outros pontos, os parlamentares reclamam do aumento da restrição de acesso da população à Casa, ao destaque dado a pautas conservadoras e do programa “Câmara Itinerante”. (Folhapress)