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Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2015
Em meio à crise política e econômica, o governo anunciou na terça-feira a liberação de verbas para conter ameaças de novas rebeliões no Congresso Nacional. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que hoje integra a articulação política do governo Dilma Rousseff, foi à Câmara dos Deputados anunciar a liberação nos próximos dias de meio bilhão de reais para emendas que os congressistas fizeram ao Orçamento da União de 2015.
Devido às dificuldades econômicas, o Palácio do Planalto vinha represando esses pagamentos, o que causou grande desconforto entre os parlamentares. “Isso é dinheiro na veia da economia”, afirmou o ministro após reunião com integrantes da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. As emendas representam pequenas obras e investimentos nos redutos eleitorais dos deputados e senadores.
Padilha disse ter superado uma “queda de braço” com a área econômica. “Já pagamos 300 milhões de reais, temos agora 500 milhões de reais e depois teremos mais”, afirmou o ministro. Com o anúncio, a expectativa do governo é a de que a comissão vote a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que deveria ter sido aprovada até o início de julho. A lei fixa os parâmetros para a elaboração do Orçamento do ano seguinte.
Padilha acertou com os congressistas também a aprovação de projeto que permite ao governo pagar todas as emendas feitas por congressistas nos anos anteriores e que não saíram do papel, os chamados “restos a pagar”. O valor total está em torno de 3,8 bilhões de reais. A liberação de verbas já foi motivo de discussão entre Padilha e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Padilha, representando Michel Temer, havia firmado compromisso com congressistas de que conseguiria a verba. A equipe técnica da Fazenda, no entanto, barrou a liberação. O ministro da Aviação Civil reagiu: “Não vou recuar na minha palavra”, disse para Levy, em uma discussão tensa que logo repercutiu na Esplanada. A confusão acabou aumentando a pressão de setores do PMDB para que Temer deixasse a articulação política do governo. (Pedro Marques com Folhapress)