Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2019
Os militares não têm um pensamento único sobre a política brasileira no momento. Mas pode-se dizer, ouvindo alguns comandantes de alta patente das Forças Armadas, que a maior parte deles concorda razoavelmente com o texto distribuído pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira (17) via WhatsApp, segundo informações do UOL.
Conforme militares, de fato o Brasil vive um impasse econômico provocado pela divisão entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e pelos interesses das corporações com maior poder de fogo. É mais ou menos o diagnóstico do artigo distribuído pelo presidente, mas em um linguajar menos condescendente com o bolsonarismo.
O que os militares não estão vendo com bons olhos é a solução engendrada pelo presidente para o impasse: um chamamento para os seus apoiadores irem às ruas no domingo (26) acossar o Judiciário – especialmente o Supremo Tribunal Federal – e o Legislativo – especialmente o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Humor das Forças Armadas
A escalada no tom de apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal nas convocações para os atos de domingo fizeram líderes políticos de diversas siglas sondarem os ânimos das Forças Armadas. Os relatos são de que, neste momento, não há risco de embarque dos militares em “uma saída não constitucional”.
Esta semana é decisiva. Se Bolsonaro mantiver o discurso de que é vítima de uma conspirata, parlamentares avaliam que a relação com o Legislativo chegará a ponto de não retorno, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Em blogs de apoiadores de Carlos Alberto Brilhante Ustra, surgiu um texto atribuído a um general da reserva que fala em “revolução cidadã”. Ele pede que Bolsonaro “lidere o povo” e aponte quem são os achacadores.
Integrantes da ala técnica do governo e de parte da bancada do PSL tentam mudar o mote das convocações. A ideia é redirecionar os chamados para uma pauta positiva, de defesa da reforma da Previdência, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e até mesmo do presidente, sem ataques às instituições.
Orçamento
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, afirmou que o orçamento das Forças Armadas “não é condizente com a estatura política-estratégica que o Brasil tem”. Para ele, ter apenas 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Defesa “não é suficiente, o que nos coloca em sétimo lugar nesse tipo de investimento na América do Sul”. O ideal, observou, seria ter 2% do PIB.