Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2017
A prisão do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na manhã desta terça-feira (06), reforçou a crítica entre auxiliares e assessores do presidente Michel Temer sobre a tentativa do Ministério Público de pressionar a Justiça Eleitoral, no dia em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) retoma o julgamento que poderá cassar o mandato do presidente.
Para eles, a prisão ocorre “com um timing estranho”, já que o ex-ministro do Turismo estava afastado da pasta há um ano e, de acordo com ele, as suspeitas sobre a construção da Arena das Dunas, em Natal, “não são novas”. Nas palavras de um aliado do presidente, a iniciativa se soma ao pedido feito na segunda-feira (05) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que quer a suspensão imediata de medida provisória que garante foro privilegiado ao ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco.
A expectativa no Palácio do Planalto, no entanto, é de que a pressão que estaria sendo feita pelo Ministério Público tenha efeito contrário sobre os ministros da Corte eleitoral, estimulando uma postura de independência. No domingo (04), o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa do presidente no TSE, disse que o procurador-geral “está tentando constranger” o tribunal eleitoral a condenar o peemedebista. Em conversas reservadas, Temer tem demonstrado indignação com a postura de Janot e dito que ele tem se comportado como um adversário.
A operação desta terça-feira que prendeu Alves foi batizada de Manus e apura supostos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A investigação se baseia em provas da Operação Lava-Jato que apontam que o ex-ministro e o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) receberam suborno na construção da Arena das Dunas, estádio construído para a Copa do Mundo. (Folhapress)