Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2016
Para tentar estabilizar a economia, a ordem no governo é deixar o BC (Banco Central) fazer o que for necessário para controlar a inflação, que explodiu depois de sucessivos erros da política econômica. A diretriz do Palácio do Planalto, em sintonia fina com o Ministério da Fazenda, é dar previsibilidade e confiança aos agentes econômicos para recuperar a credibilidade.
Por isso, na semana que vem, o Copom (Comitê de Política Monetária) deverá começar a aumentar os juros básicos, que estão em 14,25% ao ano. O aval para um novo ciclo de aperto vem em um momento em que o PT pede mais medidas pró-crescimento e pressiona por uma política monetária menos austera.
A percepção da equipe econômica é que, se nada for feito, o País poderá entrar em um “limbo inflacionário”, ou seja, a inflação cairia dos atuais 10,67% para algo em torno de 8% ou 7% e não cederia mais. Para fugir dessa armadilha, seria preciso uma dose maior de remédio, que teria gosto menos amargo que o percebido em outros ciclos de aperto monetário.
No BC, cresce a ideia de que mais juros não significam mais desemprego. A avaliação é que a economia está tão debilitada que taxas maiores não afetariam o consumo. Atuariam apenas nas expectativas de empresários, economistas e consumidores. “O nível de juros está em um patamar que deixará a gente no limbo. O céu seria ter uma alta de juros que controlasse a inflação. O inferno seria ter corte e chegarmos a uma hiperinflação de 15% a 20%”, afirmou uma alta fonte da equipe econômica. (AG)