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Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
Aproximadamente 1 milhão de pessoas desafiaram o calor e as preocupações com segurança para participar da World Pride Madrid 2017, a parada gay de Madrid, na Espanha, neste sábado (01). A marcha foi liderada por políticos dos principais partidos, de direita e esquerda, que carregaram juntos uma grande placa com a inscrição “pelos direitos LGBT em todo o mundo”.
Atrás deles, uma grande massa se movimentava lentamente, empunhando bandeiras com as cores do arco-íris e dançando. O evento teve a participação de 52 carros alegóricos, que transformaram o evento em uma espécie de carnaval fora de época, além de grupos vindos de vários lugares do mundo, como Estados Unidos e Reino Unido, e ainda de membros de comunidades gays rurais e até das forças policiais espanholas.
“Para todas as pessoas que estão sofrendo perseguições em seus países, nós celebramos nosso orgulho e lhe damos visibilidade”, disse à multidão o líder da Federação Espanhola de pessoas LGBT, Jesus Generelo.
Durante a marcha, foi lembrado o ataque sofrido por membros da comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros em uma boate de Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos, quando 49 pessoas ficaram feridas, exatamente três semanas atrás.
Além disso, quatro ativistas leram um manifesto que pede à União Europeia para ajudar a “exportar” os direitos LGBT para países que discriminam, criminalizam e torturam gays, com especial ênfase na Chechênia e na Rússia. E também pediram que a OMS (Organização Mundial da Saúde) pare de classificar transgêneros como “mentalmente doentes”.
Apesar de as autoridades espanholas terem dito que não tinham indicações de ataques terroristas, o tráfego de veículos foi reduzido em toda a cidade, os caminhões foram proibidos de circular e 3,5 mil policiais foram destacados para a segurança da área central.
O World Pride já aconteceu em Londres, na Inglaterra, em 2012, e em Toronto, no Canadá, em 2014, e a próxima edição será realizada em Nova York (EUA), em 2019.
Avanços e retrocessos nos direitos LGBT
A Espanha foi um dos primeiros países na Europa a se manifestar pelos direitos dos homossexuais. Um marco nesse processo foi o ano de 1977, quando o país voltou a ter uma democracia depois de 36 anos de ditadura do general Francisco Franco. A Espanha também permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovado em 2005, mas, nos últimos anos, vem ficando para trás na comparação com os vizinhos europeus.
O ranking de direitos de homossexuais, bissexuais e transsexuais no bloco elaborado pela Ilga Europa, uma das principais organizações do coletivo no continente, coloca a Espanha ficou na nona posição neste ano. O país já havia alcançado o segundo posto do ranking, que hoje é liderado por Malta, Noruega e Reino Unido. Uma das principais razões da queda é que o governo ainda não aprovou uma lei contra a discriminação por orientação sexual, chamada de Lei da Igualdade.