Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2019
Deputados do PSL decidiram dar o “troco” no ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e não irão blindá-lo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Se depender do partido do presidente Jair Bolsonaro, o gaúcho será tratado como oposição. A ordem é para que os parlamentares sejam duros e até provoquem o articulador político do governo.
“Nós não vamos afrouxar com Onyx de jeito nenhum. Não vamos cercear o direito de ninguém perguntar o que quiser para o ministro”, disse o líder do PSL, Delegado Waldir (GO). “Nossos parlamentares estão livres para questioná-lo sobre qualquer assunto.”
O PSL tem se queixado de Onyx há algum tempo, mas o auge da irritação ocorreu na sexta-feira (07), quando o ministro demitiu o ex-deputado Carlos Manato, que é filiado ao PSL e desde janeiro ocupava a chefia da Secretaria Especial para a Câmara. Além de dispensar o auxiliar por telefone, o titular da Casa Civil nomeou o ex-deputado Abelardo Lupion, do DEM, para a cadeira de Manato.
Onyx também anunciou o desligamento do ex-deputado Victório Galli Filho (PSL), que trabalhava na secretaria comandada por Manato. Foi o que bastou para azedar as relações entre os dois partidos.
“Nossos companheiros levaram um chute por defender o governo e foram abandonados em uma decisão unilateral do ministro, que não consultou ninguém, nem mesmo o presidente. Agora, ele precisa arcar com as consequências”, afirmou o Delegado Waldir. “Onyx não falou que estaria disponível para as perguntas? Então, que aguente o bombardeio”, emendou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
O ministro foi convocado por deputados, no fim de maio, para explicar o decreto de Bolsonaro que mudou as regras sobre o uso de armas e munições. A audiência estava prevista para esta quarta-feira (12), mas foi adiada.
Pela Constituição, a convocação de um ministro por comissões da Câmara e do Senado é possível desde que seja por um assunto determinado previamente.
Adiamento
A CCJ adiou para a próxima terça-feira (18) a audiência com o ministro da Casa Civil. O colegiado aceitou a justificativa apresentada pelo gaúcho para não comparecer à reunião. A convocação implicava comparecimento obrigatório.
O presidente da comissão informou que esteve com Onyx Lorenzoni, e o gaúcho alegou que tinha agenda com ministros do Mercosul para discutir questões relacionadas ao setor vinícola. No mesmo horário da sessão da comissão, Onyx tinha uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.