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Brasil Partido de Bolsonaro tenta impedir a circulação da revista Veja

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Edição destaca processo envolvendo o candidato e ex-mulher. (Foto: Reprodução)

O PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, apresentou nesse fim-de-semana uma notícia-crime ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pedindo que seja retirada das bancas a última edição da revista Veja, cuja reportagem de capa traz informações do processo envolvendo a separação dele e de sua segunda esposa, Ana Cristina Siqueira Valle, em 2008.

Segundo a publicação, Ana Cristina acusou o deputado de ocultar patrimônio e de receber “outros proventos” além dos salários de deputado federal e de militar reformado, além de furtar um cofre no Banco do Brasil com joias e dinheiro pertencentes a ela e de ser um marido de “comportamento explosivo” e de “desmedida agressividade”.

O PSL também exige a apuração de como a reportagem obteve acesso a um processo que estava arquivado e tramitou em segredo de Justiça.

Por meio de nota, o MP-RJ confimou que a representação foi recebida pela 7ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos do órgão, no qual “serão analisados os fundamentos para requisição de instauração de inquérito policial”.

Não informou, entretanto, que encaminhamento será dado à solicitação do comando da legenda para recolher os exemplares da revista. Também não esclarece se efetivamente tomará alguma providência nesse sentido.

Independente da apuração do MP-RJ, o corregedor-geral de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Claudio de Mello Tavares, instaurou uma sindicância administrativa “para apurar eventual envolvimento de servidores e/ou magistrados na concessão irregular de vista dos autos a terceiros”, já que, segundo ele, só podem ter acesso a processo de família as partes e seus advogados.

Censura

De acordo com a revista Veja, a última vez em que a sua circulação foi proibida ocorreu em dezembro de 1968, quando a ditadura militar mandou apreender todos os exemplares de uma edição cuja capa trazia uma foto do então presidente militar Arthur da Costa e Silva (que morreria um ano depois) sentado sozinho no Congresso Nacional, poucos dias depois da decretação do famigerado AI-5 (Ato Institucional número 5. A imagem era um símbolo do momento em que o regime de repressão entrava em seu período mais duro.

“Houve outros momentos em que se tentou, sem sucesso, recolher a Veja das bancas”, menciona a direção da revista. Em 1992, por exemplo, houve uma tentativa, quando a revista publicou a manchete “Pedro Collor conta tudo”, chamando para uma reportagem especial na qual um dos irmãos do então presidente Ferando Collor de Mello (1990-1992) revelava detalhes da sociedade secreta entre o então presidente Fernando Collor e seu tesoureiro PC Farias.

“O presidente Collor entrou na Justiça com uma ação cautelar para apreender as fitas com a entrevista gravada e tentar inviabilizar a publicação da reportagem, mas acabou recuando dessa ação”, relembra o texto.

Na eleição presidencial de 2014, o comando da segunda campanha presidencial Dilma Rousseff também tentou restringir a circulação de uma edição da Veja, às vésperas do pleito que reelegeria a petista. A capa, com as fotos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trazia como título “Eles sabiam de tudo”, em alusão às afirmações do doleiro Alberto Youssef de que os petistas tinham pleno conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

O PT pediu a retirada do conteúdo da reportagem e da propaganda da revista do site e do Facebook, alegando que a matéria especial tinha por objetivo de interferir na eleição. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu uma liminar para suspender a propaganda, mas manteve a revista em circulação.

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https://www.osul.com.br/partido-de-bolsonaro-tenta-impedir-a-circulacao-da-revista-veja/ Partido de Bolsonaro tenta impedir a circulação da revista Veja 2018-09-30
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