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Brasil Partidos de esquerda tentam reatar diálogo nas igrejas

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A transferência de "recursos públicos para determinados grupos ou segmentos sociais", como os religiosos, não é uma exclusividade do governo Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Preocupados com a dificuldade de dialogar com o campo evangélico nos últimos anos, os partidos de esquerda começam a dedicar mais tempo a entender como podem se aproximar do segmento. Em julho, o PT organizou, na Fundação Perseu Abramo, um encontro para discutir o tema.

O demógrafo José Eustáquio Reis apresentou um estudo de 31 páginas alertando para a mudança no perfil da população brasileira e o impacto no resultado das urnas. Os números dos católicos, relevantes na origem do PT nos anos 1980 por meio das Comunidades Eclesiais de Base e com quem o partido mantém canal até hoje, estão em queda livre.

Se entre 1872 e 1980 a diminuição de fiéis caiu 1% a cada década, dali em diante a redução passou a ser do mesmo percentual, só que por ano. Méritos dos evangélicos, aponta o documento, que investiram forte em: ocupação de espaços políticos e públicos; formação de cultos mais dinâmicos e alegres; abertura de templos pequenos em áreas pobres; uso de música e outras formas de atrações para fiéis, entre outros.

Pesquisa do Datafolha de outubro passado apresenta os reflexos para a esquerda dessa nova realidade. No segundo turno das eleições presidenciais, o instituto estimou que Jair Bolsonaro atingiu 29,7 milhões de votos entre os católicos contra 29,6 milhões de Fernando Haddad (PT). Entre os evangélicos a diferença foi muito maior (21,5 contra 10 milhões).

Em 2012, durante o Fórum Social Mundial em Porto Alegre, o ex-secretário-geral da Presidência da República Gilberto Carvalho já alertava sobre o problema para a esquerda. “É preciso fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes”, disse Carvalho que detectara naquele momento o início do afastamento do PT das igrejas.

Cinco anos depois, novo estudo da Fundação Perseu Abramo nas periferias de São Paulo apontou na mesma direção: o PT reconheceu internamente que havia perdido contato com um eleitor que recebe de dois a cinco salários mínimos, majoritariamente neopentecostal, e que votou no partido no passado. O período coincide com o aumento da presença no debate público de temas como aborto e direitos das comunidades LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros).

Outros pastores

O PSOL também está fazendo o mesmo debate interno. Para o deputado federal Marcelo Freixo, o governo Bolsonaro abre uma oportunidade para voltar a se posicionar entre as igrejas ainda que o presidente mantenha-se popular no segmento. Uma pesquisa Datafolha de julho mostrou que 76% dos evangélicos são contra as ideias do Planalto para o porte de armas no Brasil.

“Os fiéis são os que mais rejeitam a lógica do “bandido bom é bandido morto”. Muitos estão em favelas e olham o mundo com humanidade. Esse segmento não é necessariamente reacionário”, afirmou Freixo, que, desde o ano passado, começou a trazer pastores para as fileiras do PSOL.

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https://www.osul.com.br/partidos-de-esquerda-tentam-reatar-o-dialogo-nas-igrejas/ Partidos de esquerda tentam reatar diálogo nas igrejas 2019-09-17
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