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Variedades Perto do céu, longe dos homens

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Arte: Marcos Cunha/O Sul

“Quando você não tem nada a dizer, não diga nada.”  Charles Caleb Colton 

Terremotos não são inéditos no Nepal. Mas o cenário triste se escondeu nos escaninhos da memória. O país que fica a dois degraus do céu nos parece paraíso branco. Lá, o mundo é zen. A neve recebe os esportistas com generosidade. Templos se oferecem para curiosos e meditadores.

Mas, como diz o outro, não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. O tremor abalou a pequena nação. Destruiu construções milenares. Derrubou casas. Desabrigou famílias. Matou milhares de pessoas. Com razão, a tragédia virou notícia e levantou questões. Selecionamos algumas.

Oi de casa 

Ele nasceu no Nepal? É nepalês. Ela? É nepalesa. Ambos aprendem na escola o idioma oficial. É nepali.

Sem confusão 

Nos templos que convidam pra meditar, impera uma religião. É o hindu. Olho vivo! Muitos chamam de hindus as pessoas que nascem na Índia. Bobeiam. Hindu é o seguidor do hinduísmo. Indiano, o adjetivo relativo à Índia: Você conhece indianos hindus? Além de indianos hindus, conheço indianos budistas e muçulmanos.

Machinho sim, senhores 

Mais de 5 mil pessoas perderam a vida na tragédia nepalesa. O governo prevê o dobro de mortos. Jornais, rádios e tevês anunciam o número. No calor da emoção, sobra gente que troca o gênero de milhar. É um tal de “as milhares de pessoas pra lá, pra cá e pracolá” que os ouvidos protestam.

Com razão. Milhar é substantivo machinho e não abre. Artigo, numeral e adjetivo não têm saída. Concordam com ele: Dos milhares de pessoas que perderam a vida, muitos são turistas. Não há brasileiros entre os milhares de crianças mortas. É difícil contar os milhares de vítimas que esperam socorro.

Olha a letra 

Outra palavra enlouqueceu no noticiário. É pouso. Redatores apressados engoliram uma letra. Escreveram poso. A desatenção incomodou os leitores. Um deles, Francisco Benjamin, sugeriu colar esta frase no cantinho do computador: O avião pousa na pista. O modelo posa para as fotos.

Que diferença! 

Calamidades exigem assistência. Governo e população não poupam esforços. A ONU articula ajuda internacional. Embaixadas socorrem os cidadãos que estão longe de casa. Todos conjugam o verbo assistir. O trissílabo tem duas regências. Pode ser transitivo direto e indireto. A preposição lhe muda o sentido. Veja:

Assistir = prestar assistência: O governo assiste os desabrigados. A embaixada do Brasil assiste os brasileiros que estão no Nepal. O médico assistiu os feridos.

Assistir a = presenciar: Assisti ao documentário sobre o Nepal. Fomos ao cinema e assistimos ao filme que ganhou o Oscar. Vamos assistir à palestra sobre a escrita na internet?

Tragédia 

“O autor escreve uma tragédia para que as pessoas não esqueçam que são homens. Ele nos mostra as condições existentes. Organiza para nós o sentido da nossa vida para que fique claro a nossos olhos.” Bernard Malamud

Leitor pergunta 

Qual a diferença entre “antecedido por” e “antecedido de”? Gustavo Braga

Gustavo, as duas preposições dão o mesmo recado: O sujeito não pode ser antecedido de preposição.

Na publicação de Boletins do Corpo de Bombeiros Militar do DF, aparecem duas construções que me confundem. Uma: os órgãos envolvidos providenciem no que lhes couber. A outra: os titulares dos demais setores envolvidos providenciem o que lhes couberem. Pode jogar luz sobre elas? Manoel Matos

As duas regências figuram no “Dicionário de Verbos e Regimes”, de Francisco Fernandes. No sentido de prover, tomar medidas próprias, o verbo é transitivo direto (ele providenciava tudo, providenciava mil coisas). Na acepção de dar ou tomar providências, indireto (providenciei na publicação das obras). Nota 10 para: Os titulares dos demais setores envolvidos providenciem o que lhes couber. Os órgãos envolvidos providenciem no que lhes couber.

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