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Colunistas Pesquisa mortal

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Repetem-se as pesquisas e Temer consegue números incríveis. Não faz muito teve 7% de aprovação; um trimestre depois caiu para 5%. Agora chega ao que parece (será mesmo?) o máximo do mínimo: 3% de aprovação, numero a que jamais um Presidente atingira, desde que pesquisas, com metodologias cientificas, começaram a ser feitas e divulgadas. É sabido que ele teve de há muito uma parceria no “seu” PMDB que, para início de conversa, não o recomendaria. Parceiros, como o senador Jucá, que consegue a mágica de ser líder de quase todos os governos, mesmo originários de partidos com rótulos – e só rótulo mesmo – ideológicos totalmente conflitantes.

Temer, eleitoralmente, é um candidato “pesado” em pleito popular, sempre chegando na rabeira da lista dos eleitos, face uma dificuldade, que já transitou em julgado, pelo repetido do ocorrido: não identificar-se com o eleitorado. Não ter capacidade de empolgar os eleitores.

No entanto, se a escassez de votos e o risco de não reeleger-se faz de cada pleito um sofrido rali do voto, por outro lado, ele é uma locomotiva eleitoral quando disputa pleitos corporativos como a Presidência da Câmara, a qual foi conduzido, com votações expressivas, por cinco vezes.

O que nos deixa intrigados não é que a voz das ruas (ou da fábrica, ou da escola, ou do gari, ou do luxuoso seminário de banqueiros) reprove o Presidente que, depois de alcançado por denúncias contundentes, salvou-se, de, pelo menos dois articulados projetos de impeachments, por meio de artifícios jurídicos, distribuindo favores, num processo não só criticável, mas condenável.

O que nos chama a atenção não é só isso.

O que certifica a limitada competência presidencial começa pela escolha de auxiliares (ministros, por exemplo) que, sabidamente, estão envolvidos em malfeitos de vários ou de muitos milhões de dólares. Agarram-se em Temmer, como carrapatos, invocando suspeitas ações em que agiram juntos porque, se perdessem o cargo teriam de explicar o inexplicável, justificar o injustificável, e seguir o destino do parceiro e correligionário (habitual ministro) Gedel, apanhado “. Fora da casinha” e, hoje, – “hospedado” na Papuda sem aquelas malas maravilhosas de 54 milhões de reais. Pelas suspeitas e pelo inexplicável há de se reconhecer que, nos tempos atuais, há um repetido descompromisso com a honestidade.

Ela, que é obrigação, vê-se desrespeitada mais ainda por quem, agente do serviço público, deva te-la assimilado, como modelo de procedimento. E servidores públicos, empresários, dirigentes etc sindicais garis fraudam, superfaturam na ânsia criminosa de apoderar-se do dinheiro que é público. Na verdade, dinheiro do cidadão contribuinte, como o senhor ou a senhora bem sabem.

O que não se explica, quando se analisa o quadro social, econômico e político do Brasil, é que, no governo Temer, há alguns (não muitos) fatos positivos também. E vários deles, governos passados, até bem qualificados em pesquisas de opinião, não lograram alcançar.

Ocorre, por exemplo, com a inflação, fantasma maligno, que, noite após noite, fazia o pobre mais pobre e o empresário sério mais inseguro. Hoje, ela deverá ser de 4% ao ano. Antes, chegaria a ser de 4% ao dia. Os juros, ainda em valores vergonhosos, tem sido – menos do que se devia – diminuídos pela ação oficial. Para o povo, na pratica, a melhoria é imperceptível. O que não se pode omitir é que é pouco. De qualquer maneira, sendo mais que nada, o mérito é que ele existe.

A liberação dos depósitos (bilhões de reais) do FGTS foi uma atitude oportuna. Irrigar o mercado, retirando o trabalhador do sufoco e acionando um mercado laboral semidesértico, que precisa de irrigação financeira para gerar empregos. Eu sei – nós sabemos – que o dinheiro liberado não era do Governo. Era do trabalhador. O que valeu foi a liberação, permitindo ao seu dono, utiliza-lo.

O mesmo está ocorrendo com os fundos bilionários do PIS-PASEP. Entrega-los ao operário da fábrica e/ou ao servidor público é dar o seu dono, ao mesmo tempo que se dá uma forte injeção vitaminada na, bastante combalida, economia nacional.
Se esse conjunto de ações positivas foi tomado (e realmente foi) pelo Governo porque ele chegou aos miseráveis 3% de aprovação? Por duas razões, entre outras.

a) não basta, sobretudo na esfera pública, saber fazer. É preciso: fazer saber. Faltou ao governo a capacidade de fazer o obvio, isto é, dizer a verdade. Simplesmente possibilitar que as pessoas soubessem que a liberação do dinheiro era um ato administrativo de Governo. Não assistencial mas oportuno e objetivo. Decente mas não milagroso. Sem publicidade enganosa! Sem jogadores de futebol fazendo pose e ganhando cachê para tornar colorido e vazio o importante ato.

b) Porque as manchas infectadas de corrupção estão grudadas na impressão digital do Governo. Atacado por continuadas críticas – muitas carregadas de suspeitas que se transformam em provas do crime – o Governo vive o drama de quem perdeu a autoridade e não tem um mínimo de confiança da sociedade.

A pesquisa, trazendo ao conhecimento da sociedade o que a própria sociedade sente mas não “numeraliza”, é o antecipado e triste fim de um Governo que, atacado por doença letal, morre um pouco a cada dia. É o atestado de óbito de um paciente que já morreu. A dúvida é: cremação ou sepultamento.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/pesquisa-mortal/ Pesquisa mortal 2018-07-07
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