Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Pesquisadores reconstituirão o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil das Américas

Compartilhe esta notícia:

Encontrados fragmentos do crânio de Luzia, o fóssil mais antigo já encontrado no continente americano, nos escombros do Museu Nacional. (Foto: Leo Rodrigues/Agencia Brasil)

Desaparecido desde o incêndio que consumiu o Museu Nacional na noite do dia 2 de setembro, no Rio, o crânio de Luzia – o mais antigo fóssil das Américas, com 12 mil anos – foi localizado em meio aos escombros. “O crânio foi encontrado fragmentado e vamos trabalhar na reconstituição. Pelo menos 80% dos fragmentos foram identificados e podemos aumentar esse número”, disse o diretor do museu, Alexander Kellner. “Luzia está viva”, comemorou.

De acordo com os especialistas, foram achados partes da testa e do nariz, uma parte lateral e o fragmento de um fêmur que também pertencia ao fóssil e estava guardado. O fóssil é uma das mais importantes peças do acervo do museu. “Hoje é um dia feliz, conseguimos recuperar o crânio da Luzia e o dano foi menor do que esperávamos. Os pedaços sofreram alterações, danos, mas estamos otimistas com o achado e tudo o que ele representa. O crânio estava em um local preservado, estratégico. Ficava dentro de uma caixa de metal, dentro de um armário”, disse a arqueóloga Claudia Rodrigues, responsável pela equipe de escavação, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O crânio será reconstruído, mas esse trabalho ainda não começou porque depende de repasse de verbas. “Precisamos fazer uma restauração e de uma casa para ela”, explicou Kellner. “Estamos lutando no Congresso pelo orçamento. É um trabalho de tempo e de recursos.” O trabalho de arqueologia nos escombros não começou oficialmente. Segundo Kellner, a fase ainda é de escoramento das paredes internas do Palácio São Cristóvão justamente para que não haja desabamento.

Raro

Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, o fóssil é de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil.

O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face, que revelou traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos, estavam em exibição no museu. A descoberta mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas.

Com o estudo do fóssil, o arqueólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), postulou o modelo dos dois componentes biológicos, segundo o qual o continente americano foi colonizado por duas levas distintas de Homo sapiens, vindas da Ásia.

A primeira onda migratória teria ocorrido há pelo menos 14 mil anos e foi composta de indivíduos parecidos com Luzia, com traços semelhantes aos dos atuais negros africanos e aborígines australianos. Esse grupo, no entanto, não teria deixado descendentes.

Uma segunda leva teria chegado há 13 mil anos e seus integrantes apresentavam um tipo físico característico dos asiáticos, dos quais descendem os índios atuais.

O Ministério do Planejamento anunciou que vai ceder um terreno de 49,3 mil metros quadrados para abrigar laboratórios e centros de pesquisa do museu. O custo total de recuperação de todo o prédio atingido pelo fogo no dia 2 de setembro é de R$ 300 milhões.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A Arábia Saudita confirmou a morte do jornalista Jamal Khashoggi no seu consulado na Turquia
Os puxadores de voto na eleição 2018 valem 230 milhões de reais para os seus partidos
https://www.osul.com.br/pesquisadores-reconstituirao-o-cranio-de-luzia-o-mais-antigo-fossil-das-americas/ Pesquisadores reconstituirão o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil das Américas 2018-10-20
Deixe seu comentário
Pode te interessar