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Mundo Pesquisas derrubam tese de Trump de que games e distúrbios mentais são causas de ataques a tiros

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Trump durante pronunciamento sobre o caso. (Foto: Shealah Craighead/The White House)

Distúrbios mentais e jogos violentos de videogame não são determinantes para o comportamento agressivo que pode culminar em massacres como os que ocorreram nos últimos dias nos EUA. Pesquisas divulgadas por universidades e pelo próprio governo americano, além de decisões da Suprema Corte, derrubam parte da tese de Donald Trump que aponta os dois elementos como causa dos ataques a tiros no país. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Entre sábado (3) e domingo (4), atiradores no Texas e em Ohio deixaram ao menos 31 mortos em atentados com diferença de apenas 13 horas.

Pressionado pela oposição —que o acusa de incitar o ódio com discurso ofensivo e de bloquear leis que restrinjam o acesso a armas no país—, Trump fez um pronunciamento nesta segunda-feira (5) em que disse que os EUA devem condenar o racismo, a intolerância e a supremacia branca.

Não respondeu às críticas e culpou a “cultura da violência” dos videogames e da internet, além da saúde mental dos assassinos, pelas chacinas.

“Distúrbios mentais e ódio puxam o gatilho, não a arma”, afirmou o presidente, revelando estratégia clara de não tratar a fundo a questão da facilidade de acesso a armas entre os americanos.

Estudo conduzido pelo FBI, porém, não conclui que o diagnóstico de uma doença psicológica seja a causa motivadora de um ataque desse tipo e ainda chama generalizações como as feitas por Trump de “enganosas” e “inúteis”.

O relatório sobre o comportamento pré-ataque dos atiradores no país compreende o período entre 2000 e 2013 e afirma que nos 63 casos analisados apenas 25% dos atiradores tinham distúrbio mental diagnosticado por um profissional.

“A doença mental diagnosticada de forma enfática não é um prenunciador muito específico de violência de qualquer tipo, muito menos de violência dirigida”, afirma o documento, ponderando que metade da população americana já entrou em contato com fatores considerados perturbadores da saúde mental, como ansiedade e depressão.

“Dessa forma, sem evidências específicas, deve-se considerar cuidadosamente fatores sociais e contextos que podem interagir com qualquer problema de saúde mental antes de concluir que um massacre a tiros foi ‘causado’ por doença mental’. Em resumo, declarações de que todos os atiradores devem simplesmente ter problemas de saúde mental são enganosas e inúteis”, conclui o texto.

A outra frente argumentativa de Trump, sobre jogos de videogame, também cai por terra se baseada em estudos recentes e até em um julgamento da Suprema Corte.

Pesquisa da Universidade Oxford divulgada no início deste ano mostrou que não há relação entre o tempo que um jovem passa jogando videogame e o seu eventual comportamento agressivo.

“Nesse estudo, investigamos até que ponto adolescentes que passam um tempo jogando videogames violentos exibem níveis mais alto de comportamento agressivo […] Testou-se a hipótese de que o jogo violento é relacionado ao comportamento agressivo. Os resultados não confirmam essa ideia.”

Em 2011, uma decisão da Suprema Corte americana corroborou a tese de que os jogos violentos não influenciam jovens a cometer crimes.

Ao julgar inconstitucional por 7 votos a 2 uma lei da Califórnia que restringia a venda desse tipo de entretenimento para menores de idade, o juiz Antonin Scalia afirmou que essas mídias tiveram efeito igualmente mínimo nas crianças, assim como qualquer outro tipo de desenho animado, por exemplo.

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