Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2015
Foco de um dos maiores escândalos de corrupção da história do País, a Petrobras gastará mais de 200 milhões de reais com a contratação de escritórios de advocacia para a realização de investigações internas sobre os crimes revelados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Os contratos foram assinados após a posse do atual presidente da estatal, Aldemir Bendini, com dois escritórios de advocacia e uma assessoria para apurar “natureza, extensão e impacto das ações cometidas no contexto da Operação Lava-Jato”. E foram feitos com dispensa de licitação.
A estatal argumenta que são “serviços técnicos de natureza singular” e, nesses casos, a legislação permite a contratação direta das empresas. A Petrobras se recusou a fornecer cópias dos contratos por conterem “informações estratégicas”. Também não detalhou os serviços a serem prestados nem explicou por que os contratos atingiram tais valores. A estatal pagará 96 milhões de reais ao escritório de advocacia brasileiro Trench, Rossi e Watanabe e 37,1 milhões de reais ao norte-americano Gibson, Dunn e Crutcher LLP, ambos por “serviços de investigação”, e mais 66 milhões de reais à Ernst & Young Assessoria por serviços “de tecnologia forense e apoio à investigação”.
Segundo a Petrobras, a decisão de contratar os escritórios “tem como premissa garantir a independência das investigações”, “em linha com as diretrizes” do Departamento de Justiça e da SEC, o órgão que fiscaliza o mercado de capitais norte-americano. A estatal é alvo de investigações nos EUA e de várias ações judiciais movidas por investidores por causa do escândalo de corrupção e da perda de valor de suas ações. (Folhapress)