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Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2019
Após ataques à Arábia Saudita, o petróleo teve alta de mais de 14%. Com a queda pela metade da produção de petróleo da Arábia Saudita e a crescente tensão entre os EUA e Irã, o preço do barril disparou no mundo. As informações são do jornal Correio Braziliense.
De Moscou a Washington, os governos tentaram acalmar o medo de escassez de petróleo nos mercados após os ataques a instalações petrolíferas sauditas, mas não conseguiram evitar a disparada do preço da commodity.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro teve alta de 14,6% no mercado de Londres, fechando a 69,02 dólares. Essa é sua maior alta diária desde que há registros. No mercado de Nova York, o barril de WTI para outubro teve alta de 14,7%, a 62,90 dólares.
A disparada dos preços foi resultado de dois ataques na Arábia Saudita, um contra a maior refinaria do mundo e outro em um campo de petróleo. Esses ataques podem reduzir a produção saudita pela metade, para 5,7 milhões de barris por dia; o que representa quase 6% da produção mundial.
Além do medo de uma eventual redução da oferta, esses ataques alimentaram a preocupação com o aumento das tensões militares entre Washington e Teerã.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o Irã provavelmente está diretamente ligado aos ataques, mas disse que quer ter certeza absoluta e disse que espera “evitar” uma guerra. “Queremos saber definitivamente quem fez isso”, disse ele a repórteres.
Armas utilizadas
As armas usadas no ataque à Arábia Saudita, que reduziu enormemente o abastecimento mundial de petróleo e despertou o temor de uma escalada militar entre Washington e Teerã, foram fabricadas no Irã – anunciou a coalizão dirigida por Riad no Iêmen, nesta segunda-feira (16).
“A investigação segue, e todas as indicações mostram que as armas usadas provêm do Irã”, declarou à imprensa em Riad o porta-voz da coalizão, o coronel saudita Turki al-Maliki.
Ele acrescentou que se investiga a origem dos disparos, que atingiram, no sábado, as instalações petroleiras na Arábia Saudita. O país é o maior exportador mundial desta commodity é um peso pesado da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O ataque fez a produção de petróleo da Arábia Saudita cair pela metade.
As autoridades do Kuwait também abriram uma investigação. Segundo versões locais, um drone teria invadido o espaço aéreo no sábado para sobrevoar o palácio do emir, mesmo dia do ataque à Arábia Saudita.
A ofensiva foi reivindicada pelos rebeldes huthis xiitas do Iêmen. À frente de uma coalizão militar, Riad intervém desde 2015 neste país em guerra. Ao lado do governo, tenta conter os rebeldes apoiados pelo Irã.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, considerou que não há provas de que este “ataque sem precedentes contra o abastecimento energético mundial” tenha origem no Iêmen. Washington acusa o Irã de estar por trás do episódio.
Teerã rebateu, julgando essas acusações “sem sentido” e “incompreensíveis”, segundo o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abas Musavi.